Nouvelle Vague recorda música pop dos anos 80
Grupo francês canta sucessos portugueses
Táxi, GNR, António Variações, Madredeus
e Ban são alguns dos nomes que o grupo francês Nouvelle Vague
revisitou para um álbum de versões que sairá este ano em exclusivo
no mercado português.
A antecipar a edição do disco, o
grupo francês está em Portugal para fazer apresentações no verão em
dois festivais de música: no Delta Tejo, em Lisboa, que decorreu no
início do mês, e a 6 de agosto no festival Sudoeste TMN, na
Zambujeira do Mar.
Os Nouvelle Vague são um projecto
criado em 2003 pelos produtores franceses Olivier Libaux e Marc
Collin, em torno da música pop e "new wave" dos anos de 1970 e
1980.
Dos álbuns de versões que editaram,
com uma abordagem bossa nova e eletrónica, sobressaem revisitações,
por exemplo, de "Just can't get enough", dos Depeche Mode, "Love
will tear us apart", dos Joy Divison, "Blue monday", dos New Order,
e "The killing moon", dos Echo & the Bunnymen.
Agora, a convite de um editor
português, os Nouvelle Vague entraram na música portuguesa dos anos
80 e gravaram um conjunto de canções com vozes portuguesas: Rui
Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar, Teresa Lopes Alves e as atrizes
Dalila Carmo e Inês Castel-Branco.
Em entrevista à Lusa, Olivier
Libaux explicou que o grupo quis fazer este disco, ainda sem
título, porque "é fã de Portugal". Aliás, os Nouvelle Vague já
tinham editado, apenas no mercado português, um álbum ao vivo
gravado em Lisboa, fruto dessa empatia com o público português e
com o país.
Depois de terem ouvido o repertório
da música "pop rock" portuguesa dos anos 80, os dois produtores
franceses fizeram uma seleção musical que inclui, entre outras
canções, "Portugal na CEE", dos GNR, "Cairo", dos Táxi, "Irreal
social", dos Ban, "O pastor", dos Madredeus, ou "O corpo é que
paga", de António Variações. "Ouvimos as músicas sem perceber a
letra e gostámos muito. Depois de as terem traduzido gostámos ainda
mais", reconheceu Olivier Libaux.
Os dois produtores franceses, que
contaram sempre com um leque variado de cantoras para os vários
álbuns, estiveram em Portugal em fevereiro, quando gravaram as
vozes para o disco. "Já conhecíamos o Rui [Pregal da Cunha] há
muito tempo e depois ouvimos a Dalila, a Inês e a Teresa e gostámos
muito delas, mesmo sendo atrizes", disse. Nos concertos em
Portugal, as músicas serão interpretadas por eles.
Do álbum, que não tem ainda data de
edição, foi retirado o single "Sol da Caparica", uma canção dos
Peste & Sida que, por sua vez, já é uma versão de um tema dos
Ramones, sendo aqui interpretada por Rui Pregal da Cunha.
Olivier Libaux não descartou um regresso a Portugal depois do
verão para mais concertos em torno deste disco, feito para o
público português.
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico