Modelo Anglo-saxónico
Crato lança metas para alunos
O ministro da Educação e Ciência acaba
de anunciar que serão obrigatórias, a partir de 2013/14, as metas
curriculares lançadas para discussão pública e que visam um ensino
"bem estruturado", baseado num modelo anglo-saxónico.
Em conferência de imprensa na
Secretaria Geral do Ministério da Educação, Nuno Crato indicou que,
para o próximo ano lectivo, as metas para as disciplinas de
Matemática, Português, Educação Visual, Educação Tecnológica e
Tecnologias de Informação e Comunicação do ensino básico serão
"fortemente recomendadas".
Elaboradas ano a ano, as metas, que
estarão em discussão pública até 23 de Julho, destinam-se a
"definir com clareza o que se quer que cada aluno aprenda".
São "objectivos cognitivos muito
claros" para professores e alunos, indicou, rejeitando que se ponha
em causa a "liberdade de método" dos docentes para ensinarem as
matérias.
Nuno Crato afirmou que as metas vão
"clarificar aquilo que, nos programas, deve ser prioritário, os
conhecimentos fundamentais a adquirir e as capacidades a
desenvolver pelos alunos ao longo dos diversos anos de
escolaridade".
"Não pretendemos actuar de uma
forma dirigista em relação à pedagogia", garantiu Nuno Crato, que
defendeu a necessidade de um "ensino bem estruturado".
"Julgamos que este processo
corresponde a uma ambição de muitos professores", apontou o
ministro, reiterando que se dá "total liberdade aos professores"
mas que se querem "resultados e para isso tem que se traçar
objectivos".
As metas curriculares lançadas para
discussão são baseadas no modelo de "standards" e "core standards"
seguido no Reino Unido e nos Estados Unidos da América, e são um
"movimento moderno", salientou.
"Antes apostou-se numa grande
liberdade, mas com a massificação do ensino e as dificuldades, há
mais consciência da necessidade de um ensino mais bem estruturado",
declarou.
O modo de verificar se, ao longo do
ano lectivo, as metas estão a ser cumpridas consegue-se com "vários
sistemas de aferição", desde logo as provas e exames de fim de ano
e que são "provas externas" à escola que permitem aos alunos e
professores "saber onde estão".
Nuno Crato afirmou que o ministério
está em diálogo com as editoras de livros escolares, que
manifestaram disponibilidade para "ajustar os manuais" aos
objectivos que fiquem consagrados definitivamente nas metas
curriculares.
De 23 de Julho a 3 de Agosto, o
ministério irá incorporar, na versão definitiva das metas, os
contributos da discussão pública que achar "mais adequados",
afirmou Nuno Crato.