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Carlos Drummond de Andrade

CARLOS_DRUMMOND_DE_ANDRADE copy.jpgSentimental

«Ponho-me a escrever teu nome com letras de macarrão. /No prato, a sopa esfria cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam/ esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,/ Uma letra somente/ para acabar teu nome!

- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!

Eu estava sonhando...

E há em todas as consciências um cartaz amarelo: "Neste país é proibido sonhar."

Amar o perdido/ Deixa confundido/este coração.

Nada pode o olvido/contra o sem sentido /apelo do Não.

As coisas tangiveis, /tornam-se insensíveis/ à palma da mão.

Mas as coisas findas/muito mais que lindas,/essas ficarão.».

Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Nasceu a 31 de Novembro de 1902, no Itabira do Mato Dentro, Estado de Minas Gerais. Começou a escrever como colaborador do Diário de Minas. A pedido da família, tirou um curso superior. Formou-se em farmácia na cidade de ouro Preto, em 1925, mas nunca exerceu a profissão, pois alegava querer «preservar a saúde dos outros.».

Em parceria com outros escritores, fundou a Revista, que apesar de ter tido uma existência breve, foi importante na afirmação do Modernismo de Minas.

Em 1925, casou-se com com Dolores Dutra de Morais.

Ingressou no serviço público. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe do gabinete de Gustavo Capanema, ministro da educação, até 1945.

Colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir de 1969, no Jornal do Brasil. Trabalhou no Serviço do Património Histórico e Artístico Nacional, de onde se aposentou em 1962.

Os primeiros títulos publicados foram: Alguma Poesia (1930) e Brejo das Almas (1934). Em Sentimento do Mundo (1940); José (1942) e A Rosa do Povo (1945) lança-se na história contemporânea e da experiência colectiva.

Em 1951 publica "Claro Enigma"; "Contos de Aprendiz"; e a "Mesa".

As antologias do poeta, integram as obras: A Última Pedra no Meu Caminho (1950); 50 Poemas Escolhidos pelo Autor (1956); Antologia Poética (1962); Antologia Poética (1965); Seleta em Prosa e Verso (1971); Amor, Amores (1975); Carmina Drummondiana (1982); Boitempo I e Boitempo II (1987); Minha Morte (1987).

Carlos Drummond de Andrade morre no ano de 1987.

 
 
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