1ª Coluna

Primeira Coluna
O mundo digital e a escola

IMG_1620.jpgO tema não é novo, mas nunca como agora fará sentido ser debatido. A revolução digital chegou às escolas, às universidades e aos politécnicos. Esta mudança merece reflexão, tanto mais que a maioria dos alunos são nativos digitais. Isto é nasceram com as novas tecnologias e interagem com elas com mais facilidade que muitos dos seus professores e que os seus pais.

Com a revolução digital surge o recurso a dispositivos móveis como instrumentos de ensino, os conteúdos móveis ou a aprendizagem fora do espaço físico das instituições. Ainda assim, nos últimos anos temos assistido a uma grande evolução nesta matéria, com muitos dos manuais escolares a terem a sua versão digital disponível, com o aparecimento de portais educativos.

Continua, no entanto, a faltar a capacidade da escola se adaptar, sobretudo no que respeita aos sistemas educativos. Uma adaptação, que a Direção Geral de Educação e Cultura da Comissão Europeia, diz que deve partir das próprias escolas, das câmaras municipais e outras entidades. Esta revolução está longe de ser tranquila. Os alunos dominam, muitas vezes, melhor que os próprios professores as novas tecnologias. E muitos docentes, mesmo tendo os meios e recursos à disposição preferem não os utilizar, quer por dificuldade, quer por mentalidade. Há uma terceira via, que também é válida: nem todas as escolas estão adaptadas a esta realidade. Muitas teimosamente pararam no tempo.

A questão é que o ensino está a mudar. A revolução digital veio para ficar e para mudar muitos paradigmas. Essa mesma revolução, que permite a utilização dos dispositivos móveis em contexto educativo, possibilita também o acesso à chamada educação aberta. Neste momento já há instituições a realizarem cursos grátis abertos, através da internet, cobrando apenas o certificado. A lógica de partilha e de acesso ao conhecimento pode permitir, por exemplo. que se uma determinada disciplina for planeada com base numa lógica de partilha aberta, esses conteúdos poderão servir milhares de alunos ao mesmo tempo em várias instituições. Qual a vantagem? Para além de evitar que os docentes repitam e preparem as suas aulas com conteúdos e conceitos que são iguais, podem maximizar esse tempo desenvolvendo outras atividades com os alunos, os quais através dos recursos abertos já receberam a informação.

Em 2030, segundo a Comissão Europeia, haverá mais de 414 milhões de estudantes no ensino superior em todo o mundo. E muitos deles vão querer estar em Portugal e a tirar um curso a distância no MIT; ou em África e quererem frequentar um curso à distância de um click, em Portugal. Nem todo o futuro vai passar por aqui, mas uma parte significativa será assim registada.

É evidente que a questão foi aqui apresentada de uma forma muito simples, como se tudo fosse fácil. Não é. É algo de complexo que não se resolve com um simples clique. Mas importa referir que estamos a enfrentar uma das maiores procuras por educação e saber em todo o mundo.

 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
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