Concurso teve muitos aderentes, sobretudo das freguesias
Sabores tradicionais marcaram presença
No âmbito da Feira, foi também realizado
um concurso de sabores, com o objetivo de recriar pratos
tradicionais ou que estivessem relacionados com os produtos do
concelho. Todas as freguesias apresentaram pratos que foram bem
acolhidos pelo exigente júri, o qual foi composto por
representantes da Câmara de Castelo Branco, Qualifica, Aptece,
InovCluster, CATAA e da rádio TSF.
"O
importante foi recuperarmos uma data de coisas que estavam quase
perdidas", disse Ana Soeiro, da Qualifica. Todos os pratos
mereceram a aprovação do júri, mas no final foram destacados os
seguintes: Lagostins e Bucho de Ossos (Malpica do Tejo), Bacalhau
dos cucos, botelha de leite e batatas em cru (Louriçal do Campo),
Migas de Feijão Frade (Lardosa), Carnes Frescas (Sarzedas), Papas
de Carolo (Tinalhas), Tigelada (União de freguesias Cebolais de
Cima/Retaxo), Arroz doce (União Freguesias de Ninho do
Açor/Sobral), Bolos de Festa (S. Vicente da Beira) e Fersura.
Ana Soeiro, secretária-geral da
Qualifica (Associação Nacional de Municípios e de Produ-tores para
a Valorização e Qualificação dos Pro-dutos Tradicionais
Portu-gueses) revelou em nome do júri que "nos sentimos uns
privilegiados por termos provado todas estas iguarias regionais e,
por isso, todos os participantes estão de parabéns, os pratos são
excelentes". Aconselhou as pessoas que confecionaram os mesmos a
"não colocarem outros produtos a enfeitar os pratos, na medida em
que eles valem por si, assim mesmo como são, e valem o que valem
precisamente por serem assim tradicionais".
"Que estes
produtos e estas formas de os confecionar nunca se percam" foi a
mensagem que deixou aos presentes, perante um numeroso público que
não arredou pé e que, no final, pôde degustar as maravilhas da
gastronomia regional que ali foram expostas nesta mostra.
"Há uma urgência de facto em manter
estes conhecimentos e esta forma de dar vida à gastronomia, fruto
de décadas de trabalho", reconheceu também Luís Pinto de Andrade,
do CATAA, uma recomendação também seguida pelos restantes elementos
do júri que agradeceram a dedicação das pessoas "a estas
preciosidades que têm muito valor e que acabam também por defender
e dar mostras da identidade de um povo como é o nosso".
"Sabores que também atraem pessoas
às nossas terras e podem incentivar as economias regionais, porque
o que se guarda no estômago, guarda-se também no coração", como
lembrou Amadeu Araújo, da TSF.