Suplemento

Dieta mediterrânica
Carta de azeite para a restauração

IMG_2094.JPGO debate sobre o azeite na dieta mediterrânica juntou à mesma mesa a nutricionista Helena Real, a secretária geral da Casa do Azeite, Mariana Matos, o docente universitário José António Russeou e o jornalista Edgar Pacheco (Correio da Manhã e CMTV). Com a moderação de João Pereira, presidente da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior, a iniciativa abordou a importância daquele produto típico da bacia mediterrânica sobre várias perspetivas.

Para Edgar Pacheco o azeite nem sempre é bem tratado na restauração. "Os cozinheiros tratam mal o azeite em Portugal. As entidades responsáveis têm que chamar os cozinheiros para este debate, pois são pessoas muito importantes nesta matéria. Nas escolas hoteleiras não há nenhuma questão didática sobre o azeite".

O jornalista português iria mais longe na sua intervenção. "Gostaria de participar num concurso sobre a melhor carta de azeites do mundo nos restaurantes", disse. Acontece que a maioria dos restaurantes, pelo menos em Portugal, não têm carta da azeite, como acontece, por exemplo com o vinho. João Pereira, reforçaria ainda esta questão lembrando que "o azeite oferecido ao consumidor, nos restaurantes, em embalagem inviolada defenderia sempre o consumidor".

A nutricionista Helena Real falou da dieta mediterrânica, onde o azeite é parte integrante. "A dieta mediterrânica é uma simplicidade, que deve ter criatividade e cor. É uma forma de viver", começou por referir, para depois enunciar os seus três pilares: Azeite (gordura de eleição), o pão e o vinho. A acrescentar a estes eixos, a nutricionista divulgou ainda as ervas aromáticas "que permitem dar sabor e aroma às refeições, substituindo também o sal".

Os produtos hortícolas foram também sublinhados por Helena Real, assim como os frutos e as leguminosas. Por outro lado, chamou a atenção para o consumo da carne e do peixe não ser feito de forma excessiva.

Mariana Matos, por seu lado, recordou que é na bacia do Mediterrânico que se produz 98 por cento da produção mundial de azeite. "Trata-se de uma cultura estruturante", começou por referir, frisando que "o azeite era o óleo sagrado. Foi sempre a principal gordura liquida do mediterrâneo. Em Portugal teve um grande impulso desde a época dos romanos e depois com as ordens religiosas. Nos anos 60 decaiu a produção devido à introdução de outros óleos, mas também à confusão gerada com outras gorduras. Felizmente, nos últimos anos voltou a haver aumento da sua produção".

O debate, animado, contou ainda com a intervenção do docente universitário José António Russeou, que abordou o tema de uma forma mais sociológica, destacando a importância do azeite e o seu consumo.

 
 
 
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