UTAD estuda cancro da mama
Tapetes rolantes travam doença
A
prática de exercício físico ao longo da vida contribui para uma
redução do número de lesões neoplásicas e da sua agressividade, e
para uma maior vascularização dessas lesões. A conclusão é de um
estudo liderado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
(UTAD) em parceria com a Universidade de Aveiro, no âmbito do
projeto 'Avaliação bioquímica, morfológica e funcional do
catabolismo muscular associado ao cancro da mama: o papel do
exercício físico', financiado pela Fundação para a Ciência e a
Tecnologia.
Este trabalho teve como objetivo
avaliar os efeitos da atividade física de longa-duração (35
semanas) no cancro da mama quimicamente induzido pelo agente
carcinogénico N-metil-N-nitrosureia (MNU) em ratos fêmea, sendo que
uma parte deles foi exercitada num tapete rolante a uma velocidade
constante de 20 metros por minuto, 60 min/dia, 5 dias por semana,
nas 35 semanas.
No final do protocolo
experimental, verificou-se que o número de lesões malignas foi
superior no grupo sedentário (39 lesões malignas) quando comparado
com o grupo exercitado (21 lesões malignas). Na análise dos dados
obtidos por ultrassonografia e imunohistoquímica observou-se uma
maior vascularização das neoplasias dos animais que foram
submetidos ao protocolo de exercício físico.
Segundo uma das investigadoras,
Ana Faustino, o protocolo de exercício físico com a duração de 35
semanas aplicado neste trabalho foi o mais longo realizado até à
data neste modelo. A redução na agressividade das lesões
neoplásicas do grupo exercitado poderá estar relacionada com a
maior vascularização dessas lesões (maior aporte de oxigénio).
Assim, os resultados suportam a prática de exercício físico
moderado para a prevenção de cancro da mama, ou mais concretamente,
de fenótipos mais agressivos desta doença»
Integram a equipa, pela UTAD, Ana
Faustino, Mário Ginja, Adelina Gama, Paula A. Oliveira, Maria João
Pires e Bruno Colaço, e, pela Universidade de Aveiro, Rita
Ferreira.