Candidatura de proteção apresentada à Europa
Azeitona galega, desde o tempo dos romanos
A
edição deste ano da Feira Sabores de Perdição ficou marcada pela
entrega oficial do dossiê de candidatura para a atribuição da
Identificação Geográfica Protegida (IGP) à Azeitona Galega de
Conserva: "Azeitona Galega de Conserva da Beira Baixa IGP",
trabalho que tem vindo a ser promovido pela Associação dos
Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI).
Este reconhecimento poderá trazer uma enorme vantagem à variedade
galega - atualmente responsável pela genuidade dos azeites da Beira
Baixa, particularmente os azeites de DOP - Denominação de Origem
Protegida -, como importante fator de diferenciação nos mercados
internacionais. Sendo muito apreciada como azeitona de mesa, com
uma separação fácil entre a polpa e o caroço e reconhecida
nacionalmente e internacionalmente como «azeitona
portuguesa».
No entender de João Pereira, da Associação dos Produtores de Azeite
da Beira Interior, "o azeite e a azeitona são
indiscutivelmente sabores de perdição a ter em conta. A marca
territorial que de forma integrada pretende preservar a identidade
nacional destes produtos é uma realidade". Aquele responsável
falava durante o programa Terra-a-Terra, da TSF, que foi emitido em
direto.
Relativamente à azeitona galega, definiu a Beira Baixa como um dos
seus últimos redutos, justificando logo aí a proposta de proteção
da mesma apresentada no início do certame. "Apresentámos uma
candidatura à Comissão Europeia para preservar um produto que
chegou até nós desde o tempo dos romanos", explicou, alavancando "a
proteção desde produto com a sua agregação aos restantes".
Dar valor e continuidade a todo este trabalho, numa perspetiva
económica é pois
o grande objetivo desta associação de produtores de azeite. "Urge
combater o estigma da produção agrícola e ajudar a mudar a
mentalidades, introduzindo também neste setor a cultura da
autoestima", concluiu.