Entrevista

Em 1969, Alberto Martins defendeu os estudantes contra o estado Novo
O dia em que os estudantes desafiaram a ditadura

alberto_martins.jpgCorria o ano de 1969 quando o então presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, Alberto Martins, desafiou o Chefe de Estado, Américo Thomaz, pedindo a palavra em nome dos estudantes. A inauguração do edifício das Matemáticas da Universidade de Coimbra, onde também participava José Hermano Saraiva, enquanto ministro do Estado Novo, foi o momento de viragem e de luta pela igualdade. Já passaram 49 anos, mas o advogado, ex-ministro dos Governos de António Guterres e de José Sócrates, recorda ao Ensino Magazine a luta dos estudantes que em Portugal ocorreu um ano depois do Maio de 68 em França.
As fintas à PIDE, os protestos na final da Taça de Portugal que a Académica de Coimbra disputou com o Benfica, a greve aos exames, o encerramento da Universidade, a sua prisão, são alguns dos momentos que Alberto Martins conta nesta entrevista, respondida por escrito.
Porque a história faz parte de todos nós, aqui ficam os factos de uma das mais ousadas manifestações efetuadas contra a ditadura portuguesa. Nesta entrevista, ilustrada com algumas fotografias registadas naqueles momentos (recolhidas junto do Linkedin - Criseacadémcia 69_coimbra) fala também da democratização do ensino e da importância da qualificação dos portugueses.

Quando, em 1969, desafiou, em pleno Estado Novo, o Chefe de Estado Américo Thomaz, no dia da inauguração do edifício das matemáticas, em Coimbra, teve a noção que iniciava ali uma viragem social e no meio académico?
Tinha a noção da relevância do ato público que iria praticar, dos seus riscos, da sua solenidade e do seu provável impacto. Pela primeira vez, em público, o Chefe de Estado seria confrontado com uma manifestação frontal, direta e reivindicativa dos estudantes. Estávamos em ditadura, eu fui apenas o rosto e a voz, aquele a quem coube, por decisão coletiva, afirmar o direito à palavra.
Ao levantar-me para "pedir a palavra" ao Chefe do Estado para falar dos problemas da juventude, da Universidade e do país, representava simbolicamente uma academia, os estudantes da Universidade de Coimbra. Estava, no entanto, longe de poder prever os acontecimentos subsequentes.

Essa interpelação ao Chefe de Estado português foi feita devido à sua irreverência enquanto líder estudantil, ou foi algo pensado e ponderado?
Essa interpelação foi coletivamente decidida na sequência de reiterados pedidos ao Reitor e ao Ministro da Educação Nacional para os estudantes se fazerem ouvir na sessão inaugural do novo edifício das Matemáticas. E constituiu um apelo último, público, ratificado pelo plenário estudantil realizado nessa manhã na Associação Académica de Coimbra (AAC).
Identificados com esse propósito um milhar e meio de estudantes, subindo as escadas monumentais, e vencendo as barreiras de acesso à entrada do edifício, e sala da inauguração, secundaram com um forte aplauso o meu pedido da palavra, num momento tenso e de emoção dificilmente controlados.
O que se seguiu, com a indecisão de Américo Tomás, e a retirada atabalhoada da comitiva presidencial, gerou um protesto uníssono dos estudantes que repudiaram o não terem podido exprimir-se nessa sessão pública, na Universidade.
Na sala inaugurativa desocupada pelas autoridades (Chefe de Estado, Ministro da Educação, das Obras Públicas, da Justiça, altos chefes militares, civis e policiais, Reitor e dirigentes da Universidade) procedemos ao uso do direito à palavra, e aquilo que então chamamos "a verdadeira inauguração do edifício das Matemáticas". O que se seguiu, ou seguiria, era então imprevisível.

criseacadmcia-69coimbra-50-728.jpgEsta irreverência teve consequências para si e para os seus colegas. Como é que retrata os momentos, dias, semanas ou meses que se seguiram?
Os factos históricos mostram o seu trajeto. Na sequência destes acontecimentos, na madrugada de 18 de abril, fui preso pela PIDE ao sair das instalações académicas. A notícia, como a solidariedade, correu célere e pouco mais de meia-hora passada, cerca de 3 horas da manhã, grupos de estudantes começaram a afluir à AAC e dirigiram-se à sede da PIDE. Largas dezenas de estudantes foram atacados por cães-polícias e agredidos por polícias de choque, armados de metralhadoras, de que resultaram vários feridos que tiveram receber tratamento hospitalar.
Fui libertado ao meio-dia do dia 18 de abril, no seguimento das movimentações dos estudantes.
A 22 de abril oito estudantes (os restantes membros da Direção-Geral da AAC - Osvaldo de Castro, Maria Fernanda da Bernarda, José Matos Pereira, Celso Cruzeiro, José Gil Antunes Ferreira e um membro da Comissão Nacional de Estudantes Portugueses - CNEP, José Barros Moura, e do Conselho Fiscal da AAC, Carlos Antunes Baptista), foram, pelo MEN, suspensos da "Universidade até à conclusão de inquérito" (eufemismo de expulsão).

E o que se seguiu?
Perante isto, nesse mesmo dia, a Assembleia Magna delibera greve às aulas com participação ativa, transformando as aulas em debates. Face ao movimento generalizado de greve às aulas, 151 professores da Universidade afirmam-se solidários com os estudantes, mostrando-se disponíveis para serem recebidos pelo Chefe do Estado, para delimitar a natureza do conflito e procurar solução para os graves problemas universitários.
A 30 de abril, o Ministro Hermano Saraiva, faz uma "aparição" televisiva para comunicar ao país "a evolução dos graves atos de indisciplina que nos últimos dias se têm verificado na Universidade de Coimbra". E conta, à sua maneira, os episódios de 17 de abril, e sequentes, e promete que "a ordem seria inexoravelmente mantida e regressaria à Universidade".
Mas fracassou, a luta estudantil continuou, a greve alargou-se e, por isso, a 6 de maio o Governo encerra a Universidade de Coimbra. E propõe-se reabri-la para os exames de junho…

criseacadmcia-69coimbra-39-728.jpgMuitos de vós foram obrigados, como castigo, a cumprir o serviço militar obrigatório…
Na sequência direta dos acontecimentos de 17 de abril o Governo altera a lei do regime militar para permitir a incorporação por alegado "mau comportamento académico" dos estudantes que tivessem direito a adiamento no serviço militar, em vista à conclusão dos seus cursos.
A designação dos estudantes incorporados, cerca de meia centena, foi feita pelos processos mais mesquinhamente policiais, por denúncia de algumas autoridades académicas. Marcelo Caetano com todo este arsenal repressivo desafivelava a máscara da "renovação" com que a ditadura procurava travestir-se.
A incorporação por castigo no exército criava uma situação paradoxal face a um corpo profissional militar, visto pelo regime como "espelho das virtudes da pátria".
Factos deste tipo apenas fizeram engrossar a progressiva consciência de uma juventude, dentro e fora do exército, contra a ditadura e uma guerra colonial injustificável e desumana.

De volta a Coimbra. Como é que a sociedade civil e a academia reagiu ao que estava a suceder, sobretudo num período em que a liberdade de imprensa era nula e em que o Governo fazia chegar à população a sua versão dos factos?
Numa ditadura, com censura, e ausência de liberdade de informação, as notícias que na imprensa escrita, radiofónica ou televisiva, escapavam das malhas censórias eram raras e, por isso, a sua difusão apelava à oralidade, aos textos escritos que quotidianamente difundíamos aos milhares pelos estudantes e pela Universidade, à imprensa radiofónica da AAC e ao passa-palavra de familiares e amigos ou a atenção empenhada e solidária dos setores opositores ao regime. A Universidade de Coimbra tinha, por sua vez, uma centralidade cultural simbólica que lhe dava uma dimensão nacional e internacional reconhecidas.
A inusitada aparição televisiva do Ministro da Educação Nacional Hermano Saraiva, a 30 de abril, a falar dos graves acontecimentos ocorridos na Universidade de Coimbra, aquando da visita do Chefe do Estado em 17 de abril e as ações subsequentes dos estudantes, e a promessa de que a ordem seria "inexoravelmente restabelecida" foi um rastilho informativo de que o Governo não mais se pôde descolar. A 6 de maio falhando nos seus objetivos o Governo encerra a Universidade, e dá disso nota pública. E aponta o início dos exames para 2 de junho.

criseacadmcia-69coimbra-196-728.jpgMas mais uma vez os estudantes mostraram coragem com a não realização da Queima das Fitas e a greve aos exames. Como respondeu a cidade perante esses factos?
A decisão da não realização da Queima das Fitas, no cumprimento da greve académica, exige a necessidade de explicações à cidade, ao seu comércio e industria, para a perceção de um ato que os afetava de modo significativo. A compreensão dos comerciantes e dos cidadãos de Coimbra (numa cidade universitária) foi marcante e tomou-se de espanto ao ver a 2 de junho, início da greve a exames, uma cidade em que a Alta e a Universidade estavam verdadeiramente sitiadas. Pelas escadas monumentais, Praça da República, à volta do edifício da AAC, Sé Velha, Largo de D. Dinis, a GNR a pé e a cavalo, com jeeps com arame farpado, carrinhas da Polícia de Choque, PSP, PIDES, tudo era um arsenal de força a movimentar-se e exibir-se para estabelecer um "cordão sanitário" no acesso à Universidade.

Nesse período a própria Universidade foi encerrada pelo Governo, mas isso não vos impediu de continuarem a lutar por aquilo em que acreditavam, demonstrando-o de várias formas, como nos jogos da Académica de Coimbra, ou em ações culturais onde Zeca Afonso, Adriano ou Góis marcavam presença...
A Associação Académica de Coimbra (AAC), e todo o seu espaço envolvente, são o centro físico nevrálgico de onde partiram os comunicados, as decisões coletivas, as mensagens pela rádio, para percorrer a cidade e o país. Num teatro de ocupação da Universidade as ruas da Baixa são percorridas pelas mensagens da luta estudantil, a operação flor (distribuindo flores na cidade) e a operação balão (largando a imagem da notícia), manifestações diversas, das quais os convívios culturais nos jardins da AAC, participados pelos organismos culturais da Academia e outros estiveram destacadas figuras da cultura portuguesa, o Zeca Afonso e o Adriano Correia de Oliveira eram naturalmente, entre muitos outros, presenças regulares. Mas tivemos então, para além de um particular enlaçamento com a cidade de Coimbra, sempre a solidariedade ativa dos setores políticos da oposição à ditadura, comunistas, socialistas, republicanos, democratas em geral, e de largos setores intelectuais, de muitos jornalistas a iludir a censura.
Até o futebol da Académica, uma equipa renomada composta predominantemente por estudantes universitários, veio dar um fortíssimo apoio público à luta estudantil. Ao assumir publicamente o luto académico até ao final da Taça de Portugal que disputou no Jamor, com o Benfica. Num estádio repleto distribuímos mais de 30 mil comunicados, com a Académica a entrar no estádio, com a capa sobre o equipamento em sinal de luto, passo lento, solene. E o Chefe do Estado e o Governo e a televisão, pela primeira vez na história, ausentes da Taça de Portugal. No intervalo, pela bancada circularam, com cumplicidade geral, faixas de pano, de 20 metros de extensão, com dizeres sobre a luta de Coimbra.

criseacadmcia-69coimbra-75-728.jpgDe que forma é que, em plena ditadura, os estudantes se conseguiam organizar e "fintar" os "agentes" do Estado Novo para concretizarem as vossas iniciativas?
O período da chamada crise académica de 1969 - um momento particularmente significativo de várias encruzilhadas da história mundial e nacional, e de uma lenta e perdurável resistência à ditadura - foi um período empolgante, de muita incerteza, dureza, amargura, mas de grande solidariedade, unidade, coragem individual e coletiva. E apelou, nessa encruzilhada da ditadura e da história, a uma grande inteligência tática em que a Associação Académica de Coimbra interagia com os estudantes organizados nos cursos, mobilizados na Universidade, mas também nas repúblicas, nas casas de estudantes, ou nos organismos autónomos. O objetivo da luta por uma Universidade Nova, pela qual nos batemos, tinha na sua dimensão mais profunda, e estratégica, um novo ensino, uma nova cultura, novos conteúdos, novas docências, um outro acesso à Universidade. Em suma uma mudança social que desde logo questionava a ditadura e as suas políticas.
Mas porque fomos um movimento de massas (que chegou ao apogeu único, na história universitária em Portugal, de uma greve a exames cumprida por 85% dos estudantes da Universidade) as opções políticas da luta estudantil foram tomadas na base de decisões coletivas, partilhadas, ganhas pela persuasão e justeza de objetivos que pudessem ser assumidos pela esmagadora maioria dos estudantes.

Foram quatro meses em que Coimbra se assumiu como sítio de liberdade?
Houve um processo de participação massiva dos estudantes que, durante cerca de quatro meses, ininterruptamente se viveram em 1969: desde a interpelação ao Chefe do Estado, manifestação na PIDE, greve às aulas, ocupações, debates, manifestações públicas, convívios na AAC, culminando com uma greve aos exames (decidida por mais de 5.000 estudantes e cumprida por cerca de 85% dos cerca de 9.000 estudantes) e toda a resposta ao arsenal repressivo, da ditadura, para "forçar" a realização de exames.
1969, em Coimbra, foi acima de tudo uma ilha de liberdade, um grande movimento de massas que, durante mais de quatro meses, mobilizou os estudantes da Universidade (tendo as mulheres, então um papel particularmente relevante), professores em número muito significativo e, até, a cidade, numa dimensão que se projetou a nível nacional.

O Maio de 68 tinha acontecido um ano antes. Esse movimento, em França, serviu de alguma fonte de inspiração para o que depois, consigo, aconteceu em Portugal? Havia um conhecimento real do que tinha acontecido em França?
Os movimentos sociais, políticos e culturais que em fins dos anos 60 percorreram e contestaram um modo de viver coletivo, sobretudo nas sociedade industriais avançadas como os U.S.A., França, Itália, suscitaram a esperança de mudança nas mentalidades e práticas políticas. Maio de 68 pode dizer-se que foi uma "espécie de epicentro de uma mutação social e cultural que atravessa as sociedades francesa e ocidentais". Em Portugal também esse eco de esperança nos chega, pela nova centralidade da juventude, e dos estudantes, como protagonistas decisivos da história.
Mas a sociedade portuguesa tinha problemas muito específicos e singulares, muito distantes da realidade francesa. Portugal era um país subdesenvolvido (pobre, analfabeto, desigual), uma ditadura (com uma polícia política torcionária), uma guerra colonial (enfrentando movimentos de libertação nacional nessas colónias), um país isolado no mundo. A juventude portuguesa tinha, por isso, no horizonte, em tempo de ditadura, um jogo de cartas marcadas e viciadas. A situação social e política em Portugal era de natureza muito distinta.

Pode dizer-se que esta "revolta" dos estudantes foi um dos começos para grande revolução Portuguesa, 25 de Abril de 74?
Por mais específicos que sejam os problemas dos estudantes universitários, e da juventude, não são dissociáveis dos problemas dos portugueses e do nosso país. E por isso o longo caminho da resistência, sofrimento, e subdesenvolvimento do povo português teve episódios diversos, nas curvas diversas da história, dos quais as lutas estudantis têm o seu lugar.
Naturalmente que o fervilhar das ideias e o ambiente político, social e cultural que se viveu, a partir dos anos 60 até 74, foi o caldo de cultura para a mudança das mentalidades, e aí as lutas estudantis desempenharam um papel significativo, sendo que o fator determinante que nos envolvia era o de uma ditadura em guerra colonial. A revolução do 25 de Abril é, porém, um ato heroico dos capitães de Abril, do Movimento das Forças Armadas, que souberam interpretar o sentimento do povo e fundar a nossa democracia.

criseacadmcia-69coimbra-54-728.jpgCoimbra, na época, era o centro do ensino superior em Portugal. Era a principal referência. Hoje a rede de universidades e politécnicos abraça todo o país. Sabendo que é impossível comparar o incomparável, como classifica a democratização de acesso ao ensino superior alcançada em Portugal?
Com a democratização do acesso ao ensino superior foram atenuadas as desigualdades sociais de acesso, mas esse é o caminho sem retorno e que exige contínuo aprofundamento, A Universidade de Coimbra desde então, fim dos anos 60, triplicou o número de estudantes, o ensino superior multiplicou por dez esse número. E naturalmente que hoje novos desafios se colocam à Universidade e ao ensino superior, desde logo os novos desafios da inovação científica e tecnológica, da formação humanista, de uma pedagogia do conhecimento que responda as necessidades de uma interação com o desenvolvimento comunitário, a nível global e nacional. A formação contínua e o reforço dos meios técnicos, logísticos e pessoais tem que colocar a Universidade, e o ensino superior, como lugar privilegiado da "construção do futuro".
O papel das Universidades, e das escolas de ensino superior exige, também, um consistente processo de avaliação dos seus modelos de gestão, para garantir o cumprimento adequado da sua função científico-pedagógico , a sua autonomia científica e uma sustentada participação dos estudantes na gestão universitária.

Num período não muito distante passou-se a ideia, para a opinião pública, que havia ensino superior a mais no nosso país. Como antigo líder estudantil e como ex-ministro, de que forma poderemos dizer aos jovens que terminam o secundário ou ensino profissional (e às suas famílias) que vale a pena estudar, que com estudos há mais oportunidades?
O crescimento económico e a modernização do país passam, necessariamente, pelo conhecimento, pela inovação tecnológica, pela qualificação dos portugueses, pela igualdade de oportunidades (desde logo entre mulheres e homens), pela melhoria dos serviços do Estado, por um desenvolvimento ecologicamente sustentado. E aqui tem de entender-se a política da educação como um elemento, também, central da política social. A responsabilidade do Estado na escola pública é garante da sua necessária qualidade, da sua democraticidade, igualdade de oportunidades e integração social. Na perceção de que "um país que não tem ciência e o conhecimento como pilar da qualidade e sustentabilidade do seu desenvolvimento está condenado à periferia".

E hoje que desafios, na sua perspetiva, se colocam aos estudantes? Estarão as academias preparadas para lhes dar respostas?
Os desafios dos estudantes e da juventude de hoje são muito distintos, e diferentes, dos da sociedade portuguesa do ante-25 de Abril. O neoliberalismo à escala mundial, iniciado com Reagan e Tatcher, impôs os valores do individualismo feroz e exacerbado, uma competitividade agressiva, a desideologização da sociedade, um consumismo anti-humanista.
Mais do que uma revolução política ou tecnológica devemos procurar o remédio para os nossos males "numa evolução de mentalidades que permita recuperar o sentido do projeto democrático e equilibrar melhor os seus grandes princípios. Poder do povo, fé no progresso, liberdades individuais, economia de mercado, direitos naturais e sacralização do humano" (Tzyetan Todorov, inimigos íntimos da democracia). E, naturalmente, nunca deixar de sonhar ou abandonar o pensamento utópico.

 
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
Unesco.jpg LogoIPCB.png

logo_ipl.jpg

IPG_B.jpg logo_ipportalegre.jpg logo_ubi_vprincipal.jpg evora-final.jpg ipseutubal IPC-PRETO