Politécnico de Coimbra assinalou 40 anos
Esta é a hora dos doutoramentos e das universidades politécnicas
Jorge Conde,
presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, voltou a reafirmar,
durante os 40 anos daquela instituição, o objetivo de ver alterada
a designação de politécnicos para universidades politécnicas. Numa
cerimónia, em que orador convidado foi o músico Pedro Abrunhosa, e
perante a presença do ministro da Ciência e do Ensino Superior,
Manuel Heitor, Jorge Conde foi claro nesse seu desejo.
"É chegada a altura de reafirmar
o ensino superior politécnico, demonstrar que somos parte
integrante da sociedade. Este é o momento de concluir o processo de
atribuição de doutoramento por parte das instituições politécnicas
e de nascimento das universidades politécnicas portuguesas", disse,
enquanto sublinhou a importância do Politécnico de Coimbra.
"Seremos novidade permanente, percebendo que temos que olhar para
vários ângulos da formação, customização que as empresas exigem e
para termos as portas abertas para novas formações", disse para
depois sublinhar a importância da internacionalização nas suas
diferentes vertentes.
A sessão foi condicionada pela
pandemia de Covid-19, sendo transmitida em direto pelas redes
sociais. Jorge Conde destacou a forma como a sua instituição
respondeu a esta crise. "Cumprimos em todas as frentes", disse,
dando como exemplo as redes de voluntariado, criação de
equipamentos individual ou a rede de testes.
No seu entender, "o pós Covid não
será igual ao pré Covid. Temos que nos preparar para novas
realidades. As instituições de ensino superior devem assumir o seu
papel de criadoras de saber, assumindo a liderança não só na
procura de soluções para a crise sanitária e económica, mas fazendo
pelo exemplo. No pós Covid alguns processos serão assumidos tendo
como boa a experiência adquirida durante a doença, mas outros devem
voltar à casa de partida mantendo-se como os conhecíamos. A missão
de ensinar deve ser feita de forma presencial para os jovens do 1º
ciclo que nos chegam do ensino secundário. Acredito que saberemos
compreender que o professor e o aluno têm um espaço próprio para se
encontrar, que se chama sala de aula. Mas devemos também aprender
(…) que o ensino digital pode e deve ser um bom complemento para a
aprendizagem. Sou daqueles que dizem que as aulas devem estar nos
smartphones dos estudantes, pois esse é o seu suporte digital e o
seu principal companheiro. Saibamos pois dosear ambos. Aproveitemos
também a possibilidade de requalificar os profissionais que estão
no ativo, deixando-os aprender a distância".