Politécnico

Politécnicos querem reforço de 10 milhões euros para ação social e funcionamento

L1010319.jpgOs Institutos Politécnicos precisam de um reforço do Estado de 10 milhões de euros, segundo um levantamento apresentado, dia 3 de junho, no parlamento pelo representante daquelas instituições de ensino superior, que alertou para a necessidade de reforço da ação social.

"O que é necessário avançar em termos de Estado? Fizemos um levantamento que terminámos ontem que indica que para a ação social teremos estimado 6,5 milhões de euros de deficit até ao final do ano", afirmou Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), durante uma audição no parlamento para discutir como correu o atual ano letivo, marcado pela pandemia de covid-19, e como as instituições estão a ser planear o próximo.

Pedro Dominguinhos defendeu que, no atual quadro de crise financeira, é preciso um reforço da ação social: "Só conseguimos a inclusão com um reforço da ação social, esta questão é crucial nos dias que correm", alertou.

Apesar do agravamento da situação financeira de muitas famílias durante a pandemia, o presidente do CCIPS disse que "o número de alunos presentes nas aulas 'online' aumentou".

"Temos uma expectativa positiva. Face à evolução ao longo do semestre vemos que os alunos querem estudar e o reforço da ação social é essencial para não gorar essa expectativa", alertou.

Além dos 6,5 milhões para a ação social, o CCISP diz que a pandemia fez disparar os custos das instituições em mais 3,7 milhões de euros. Resultado: "São 10 milhões de euros e o senhor ministro tem estes dados", garantiu.

Nestas contas falta ainda a estimativa de acréscimo relativa às contratações de eventuais docentes que venham a ser necessários, caso seja preciso desdobrar turmas por causa do distanciamento social, e de novo equipamento: "Se metade da turma ficar em casa, será preciso colocar uma câmara para gravar a aula", explicou.

Durante a comissão parlamentar a pedido do PS e do PSD, também estiveram representantes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), que optaram por não apresentar números.

A ex-ministra da Educação e atual reitora do ISCTE, Maria de Lurdes Rodrigues, lembrou que as instituições estão perante "um quadro de grande incerteza" quanto ao futuro, mas começam a ter "algumas certezas" sobre os efeitos da pandemia, tais como o impacto financeiro nas famílias poder vir a ter um impacto muito negativo nas instituições.

A diminuição de alunos internacionais já é certo, com a redução de inscritos, continuando a pairar a hipótese de também os estudantes nacionais poderem ser menos no próximo ano, lembrou Maria de Lurdes Rodrigues, em representação do CRUP.

Sobre o próximo ano letivo, tanto o CCISP como o CRUP reafirmaram estar a trabalhar para que seja com ensino presencial, mas admitiram estar a desenhar vários cenários de ensino misto.

LUSA
JC/Ensino Magazine
 
 
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