Emoções intensas
Imagens em formato 3D provocam "emoções com maior
intensidade" do que as tradicionais fotografias a 2D e tornam-se
mais eficazes no tratamento de fobias ou situações de stress
pós-traumático, conclui um estudo hoje divulgado.
Desenvolvida nos últimos dois anos e já em fase de conclusão, a
investigação é liderada por Luís Monteiro, docente da Cooperativa
de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) e
encontra-se inserida numa "bolsa da Fundação Bial, no valor de 25
mil euros".
Luís Monteiro referiu que é já possível concluir que "as imagens a
3D provocam emoções mais intensas" nos pacientes do que as imagens
a 2D.
Uma vez que no tratamento de fobias os pacientes são expostos e
confrontados aos "estímulos fóbicos", muitas vezes com imagens
fotográficas, este estudo indica que, "através da realidade
virtual, os resultados são mais rápidos, mais intensos e o método
mais fácil de realizar, porque é possível recriar os mais diversos
cenários" através de computador.
Este estudo envolveu uma amostra de 214 pessoas, que foram sujeitas
a recolhas de informação de resposta fisiológica, através da
atividade elétrica da pele e observação do ritmo cardíaco.
"Houve uma maior ativação (dos dados fisiológicos) quando
confrontados com as imagens 3D do que com fotografias", sublinhou
Luís Monteiro, acrescentando que foram ainda efetuados testes ao
nível da atividade cerebral.
Para o investigador, através da realidade virtual "é possível
reduzir os tempos de recuperação", uma vez que se consegue sessões
com maior intensidade.
O relatório final deste trabalho, do qual sairão quatro artigos
científicos, será entregue à Bial em setembro.
Luis Monteiro referiu que, para submeter as pessoas aos testes,
foram usados três cenários gráficos em 3D, com o objetivo de
estimular diferentes reações emocionais, designadamente um cenário
positivo ou favorável, um neutro e outro negativo ou
desfavorável.
Este tipo de equipamento utilizado, que implica o uso de óculos 3D,
salientou, é "tecnologia ainda cara", mas há já capacetes a partir
dos 2.000 euros.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico