Universidade de Coimbra é património Mundial da Unesco
A
Universidade de Coimbra aca ade entrar (dia 22 de junho) para
o restrito lote em Portugal do património mundial da Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO).
O reitor da Universidade de Coimbra destacou o "imenso
significado" para a cultura portuguesa que representa a distinção
da universidade como Património Mundial pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
"Existem neste momento
classificadas duas ou três universidades. É um clube muito
restrito. Ter a Universidade de Coimbra presente nessa lista tão
pequenina é um privilégio fantástico", declarou João Gabriel
Silva.
A comissão do Património Mundial da
UNESCO, que se reúne na 37.ª sessão anual em Phnom Penh, Camboja,
classificou a Universidade de Coimbra como Património Mundial da
Humanidade.
Para o reitor da instituição, a
referência é muito mais que um destaque a um "conjunto de
edifícios".
João Gabriel Silva sublinhou que no
debate sobre a distinção foi realçada a "influência que a cultura
portuguesa teve no mundo", com a Universidade de Coimbra a
funcionar como "expoente" e "símbolo" dessa mesma presença.
"Esta classificação é, no fundo, a
classificação da cultura portuguesa", concretizou o reitor da
Universidade de Coimbra.
A candidatura portuguesa da
Universidade de Coimbra assentava em quatro núcleos da cidade de
Coimbra: os colégios da Rua da Sofia, onde a Universidade começou,
o Pátio das Escolas, "coração" da instituição, onde se situa a
reitoria, a faculdade de Direito e a Biblioteca Joanina, os
edifícios da reforma pombalina e o complexo do Estado Novo, na zona
alta de Coimbra.
Acidade de Agadez (Níger), as casas
de Médicis (Itália), ou a estação baleeira de Red Bay (Canadá),
entre outros candidatos, aguardam também o veredito da UNESCO entre
hoje e domingo.
O monte Fuji, no Japão, e o vulcão
Etna, em Itália, a jeito de exemplo, foram também distinguidos na
37.ª sessão anual da comissão da Unesco.
Já o antigo reitor da Universidade de Coimbra Seabra Santos,
responsável pelo lançamento da candidatura da instituição a
Património Mundial da Humanidade, disse hoje que o reconhecimento
da UNESCO foi a "recompensa" a um bem que todos sabiam ter "esse
estatuto".
"Estou imensamente satisfeito. E recompensado. Esta
classificação não significa que a Universidade não seja do século
XXI. É uma universidade do século XXI, mas também com uma história
e um passado", disse Seabra Santos à agência Lusa.
Para Seabra Santos, o
reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), hoje conhecido, deixa "todos os
portugueses imensamente felizes, assim como toda a Universidade
Portuguesa".
"É uma enorme mais-valia para a
universidade e para a cidade. É uma forma de alicerçarmos o futuro
em bases mais sólidas", explicou.
Seabra Santos recordou o início da
candidatura, em 2003, e admitiu que o processo de preparação,
longo, foi um "objetivo em si".
Coimbra juntou-se assim aos
centros históricos de Angra do Heroísmo, Évora, Porto e Guimarães.
Além destes quatro centros históricos, Portugal tem ainda como
património mundial o Mosteiro da Batalha, o Mosteiro de Alcobaça, o
Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, bem como o Convento de
Cristo, em Tomar.
Portugal conta igualmente com a
Paisagem Natural de Sintra, os sítios pré-históricos de Arte
Rupestre do Vale do Rio Côa e de Siega Verde, a Floresta
Laurissilva da Madeira, o Alto Douro Vinhateiro, a Paisagem da
Cultura da Vinha da Ilha do Pico e a maior fortificação abaluartada
do mundo, em Elvas, como património mundial da UNESCO.