Primeira Coluna
Lusofonia, um espaço a redescobrir
A redução do número de candidatos ao
ensino superior nos últimos anos, numa tendência que teima em não
ser invertida de forma significativa, tem merecido especial atenção
das instituições de ensino superior portuguesas. O espaço lusófono
começou, há alguns anos a esta parte, a ser visto como um mercado
importante, numa perspetiva de cooperação com universidades e
politécnicos desses países e de captação de alunos estrangeiros
para as licenciaturas, mestrados e doutoramentos. Esta perspectiva
das instituições portuguesas tem-se intensificado nos últimos anos.
O Brasil, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
(Palop's) e Macau são os mais procurados, com resultados positivos
para ambas as partes. A comunidade de alunos estrangeiros nas
instituições portuguesas tem vindo a aumentar e o novo estatuto,
aprovado no ano passado, é mais um instrumento importante para a
captação dos novos públicos. A última edição da Feira Internacional
de Educação de Moçambique, onde o Ensino Magazine esteve presente,
é um exemplo da determinação das instituições de ensino superior
portuguesas. Foram muitas as que marcaram presença nesse certame,
como no encontro internacional de reitores. Esta aposta na
Lusofonia não é nova para o Ensino Magazine. Desde o número zero
que defendemos uma educação sem fronteiras nem tabus. É assim que
vemos o ensino, numa rede global e livre. Foi com base nessa
perspetiva que estabelecemos protocolos com instituições de
referência em muitos desses países, casos da Universidade Eduardo
Mondlane (Moçambique), Escola Portuguesa de Moçambique, Escola
Portuguesa de Macau, ou a associação mexicana Cepa Gratia. Para
breve esperamos assinar protocolos com a universidade de Zambeze e
com o Instituto Superior de Ciências e Tecnologia, ambos de
Moçambique. É também por isso, que o Ensino Magazine chega a todos
esses países, numa distribuição focada e efetiva, de modo a que as
notícias sobre as diferentes instituições circulem também elas sem
fronteiras. O esforço que temos vindo a desenvolver é grande. O
económico também. Mas mantemo-nos determinados em participar neste
processo de mudança e em desempenhar um serviço público. Entendemos
que este contributo é importante para todas as instituições de
ensino e para Portugal e para os países onde já chegamos. Em
Moçambique tivemos o reconhecimento do trabalho já realizado pelos
vários ministros que visitaram o nosso stand e que connosco
conversaram. Um reconhecimento que Portugal também deveria ter em
conta por aqueles que são os seus representantes, como os
embaixadores. Macau foi um excelente exemplo de como a comitiva foi
recebida. Em Moçambique também, mas o senhor embaixador não gostou
do título do nosso jornal e disse-o para que a comitiva da Fundação
AIP o ouvisse. É a vida. Felizmente que para nós, a missão que
fizemos a mais de 10 mil quilómetros de distância não se resume a
um título, nem é passível de qualquer tipo de pressão. Os nossos
leitores assim o exigem.