Universidade

Estudo da UTAD conclui
Povo não quer medicamentos

42 por cento medicamentos.jpgCerca de 66% dos residentes nos distritos de Vila Real e Bragança rejeitam a toma de medicamentos prescritos pelo médico e, destes, 63% são portadores de doenças crónicas. Os dados fazem parte da dissertação de mestrado 'Identificação dos fatores que influenciam a adesão à terapêutica: a realidade transmontana', de Simone Moura, que foi desenvolvida na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e constitui o primeiro trabalho sobre a adesão à terapêutica na população transmontana alguma vez desenvolvido."São valores preocupantes. Há doenças que não podem deixar de ser tratadas, sob o risco de colocarem em causa a segurança dos doentes e de outras pessoas, nomeadamente as doenças cardiovasculares e mentais", alerta Paula Oliveira, investigadora do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB). Além disso, a também orientadora da dissertação frisa que a prática "implica um maior recurso aos cuidados de saúde e gastos acrescidos no sistema nacional de saúde e para os próprios doentes".Os dados apurados adiantam que 42% dos inquiridos deixam de tomar a medicação devido a efeitos secundários ou reações adversas e que 18% interrompem o tratamento por não sentirem melhorias. Já 8% da população não cumpre a medicação por falta de recursos económicos. "Quisemos avaliar a prevalência e a natureza da falta de adesão aos medicamentos, e quais os fatores que lhe estão associados. Concluímos que são os baixos rendimentos económicos, a idade avançada e uma baixa literacia os responsáveis por uma fraca adesão à terapêutica", revela Paula Oliveira.Participaram na amostra 1500 pessoas, 900 mulheres e 600 homens, com uma média de idades de 56 anos, residentes na região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

 
 
 
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