cirurgia da catarata
Coimbra cria protótipo
Uma equipa multidisciplinar de investigadores da
Universidade de Coimbra (FCTUC) acaba de desenvolver um protótipo
de um dispositivo médico para apoio à cirurgia da catarata, uma das
cirurgias mais realizadas no mundo.
O dispositivo, que se encontra em
fase de protótipo e já com registo provisório de patente, foi
desenvolvido no âmbito de um projeto de investigação financiado
pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Tem por objetivo
apoiar o diagnóstico da catarata, através da sua deteção precoce e
caracterização, indicando a sua localização e extensão no
cristalino. Permite também classificar o seu grau de severidade e
estimar a sua dureza de modo automático.
Esta nova tecnologia baseada em
ultrassons de alta frequência, usando sondas oftalmológicas, é
capaz de "avaliar a progressão da doença, cuja informação é
essencial para a decisão clínica", explica o coordenador do
projeto, Jaime dos Santos. O dispositivo médico pretende ser uma
ferramenta de diagnóstico simples, robusta e de baixo custo, que
terá grande impacto nos serviços de saúde, nomeadamente "na gestão
clínica dos doentes com catarata. Os clínicos passarão a ter acesso
a dados objetivos que contribuirão para um diagnóstico e uma
decisão da necessidade de cirurgia mais suportados", afirma Miguel
Caixinha, investigador da equipa.
Outra vantagem do dispositivo
criado pela equipa da FCTUC é o facto de recorrer a técnicas não
invasivas para estimar a dureza da catarata. Assim, "em tempo real
é possível identificar o tipo de catarata, caracterizar o seu grau
de severidade, e estimar a sua dureza e dimensão", explicam os
investigadores.
A catarata é uma doença ocular
associada essencialmente ao envelhecimento e caracteriza-se pelo
desenvolvimento de opacidade no cristalino (lente) do olho, podendo
provocar a perda de visão. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
estima que em 2020 esta condição afete 40 milhões de pessoas em
todo o mundo.