gente e livros
Fernando Namora
Fernando Gonçalves Namora (1919 - 1989) foi um
reconhecido escritor português, natural de Condeixa-a-Nova. É um
dos autores do país mais traduzidos em todo o mundo.
Nasceu em Condeixa a 15 de abril de 1919, filho de António Mendes
Namora e de Albertina Augusta Gonçalves Namora, ambos oriundos de
famílias de camponeses da aldeia de Vale Florido, do concelho de
Ansião. Posteriormente, os pais abandonaram a agricultura e abriram
um comércio em Condeixa.
Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, Fernando
Namora exerceu na sua terra natal e nas regiões da Beira Baixa e
Alentejo, em locais como Monsanto, Tinalhas e Pavia, até se
instalar em Lisboa.
O seu volume de estreia foi «Relevos» (1938), livro de poesia onde
se notam as influências do grupo da Presença. No mesmo ano,
publicou o romance «As Sete Partidas do Mundo», com o qual vence o
Prémio Almeida Garrett.
De acordo com o portal Vidas Lusófona, "em 1941, juntamente com
outros companheiros, Fernando Namora concretiza a ideia do «Novo
Cancioneiro», que assinala o advento do neo-realismo, demarcando
uma viragem na literatura portuguesa. É um livro seu, «Terra», que
dá início a essa nova coleção poética".
A sua obra desenvolve-se ao longo de cinco décadas, marcada pelo
amadurecimento estético do neo-realismo, uma linguagem de grande
carga poética e por aspetos de picaresco, observações naturalistas
e algum existencialismo.
Entre os títulos que publicou encontram-se livros de prosa como
«Retalhos da Vida de um Médico» (1949 e 1963), «O Trigo e o Joio»
(1954), «Domingo à Tarde» (1961, Prémio José Lins do Rego), poesia
(reunida na antologia «As Frias Madrugadas», 1959), e ainda volumes
de memórias como «Diálogo em Setembro» (1966) e «A Nave de Pedra»
(1975).
Os romances «Domingo à Tarde» e «O Trigo e o Joio» foram adaptados
ao cinema. O livro «Retalhos da Vida de um Médico» foi adaptado ao
cinema e à televisão.