Estudo da universidade de Coimbra
É preciso agir já junto dos mais idosos!
Apesar de ser um grave
problema nos idosos, Portugal não tem qualquer política para lidar
com a polimedicação (polifarmácia, uso de múltiplos medicamentos)
inadequada, pelo que é urgente criar e implementar um Plano
Nacional de Revisão da Polimedicação na população mais velha,
conclui o estudo europeu SIMPATHY, que envolveu uma equipa de
investigadores das Faculdades de Farmácia e Medicina da
Universidade de Coimbra e do consórcio Ageing@Coimbra - Região
Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e
Saudável.
A equipa, constituída por cerca de meia centena de especialistas e
investigadores, efetuou o levantamento do "estado de arte" do
problema e realizou vários estudos de caso nos países parceiros do
projeto, concluindo que a situação é urgente, uma vez que, em 2060
Portugal será o país da União Europeia com o maior decréscimo de
natalidade e maior aumento no número de idosos com doenças
crónicas, alerta João Malva, coordenador da equipa
portuguesa.
O investigador nota que "cerca de 40% das pessoas que toma 5 ou
mais medicamentos, não o faz de forma apropriada, e cerca de 50%
das hospitalizações que acontecem devido a medicação excessiva
seriam evitáveis se existisse um plano de revisão da polifarmácia".
Questionado sobre a existência de boas práticas no espaço europeu
em relação a esta matéria, João Malva afirma que o "Reino Unido, em
especial a Escócia e Irlanda do Norte, e a Suécia" são exemplos a
seguir.
Desenvolvido, ao longo dos últimos dois anos, por uma equipa
multidisciplinar de 10 instituições da Alemanha, Espanha, Grécia,
Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia, o SIMPATHY
(Stimulating Innovation Management of Polypharmacy and Adherence in
The Elderly) foi coordenado pelo Governo da Escócia e obteve um
financiamento de um milhão de euros da União Europeia (UE) através
do 3º Programa Europeu de Saúde. O estudo, que contou ainda com a
colaboração da Universidade de Lisboa (UL), teve como objetivo
estudar o impacto da polimedicação e da adesão à terapêutica na
saúde da população mais idosa.