Santander

Em jantar debate
Reitores e presidentes discutem futuro

L1010561.jpgOs reitores e os presidentes dos institutos politécnicos portugueses presentes no Encontro discutiram, num jantar debate promovido pelo Santander Totta e pelo Santander Universidades Portugal, o ensino superior e os desafios com que as instituições e os seus diplomados têm pela frente. Desde logo os doutorados, pessoas altamente qualificados que no entender dos responsáveis das instituições portuguesas devem estar nas empresas.
A coesão territorial foi outro dos temas em cima da mesa, com Fontainhas Fernandes, presidente do Conselho de Reitores e reitor da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora e Sobrinho Teixeira, presidente do Politécnico de Bragança, a abordarem a questão e a sublinharem a importância dos alunos para o interior do país, bem como a diferenciação. Também António Fidalgo, reitor da UBI, falou dessa questão.
Para o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, a sessão "foi a demonstração de que as universidades e os politécnicos estão vivos", acrescentando que o Santander é o "banco das universidades".
O debate moderado pelo jornalista Manuel Carvalho (Público) e no qual o Ensino Magazine também participou, abordou ainda questão da transferência de conhecimento para as empresas, e realizou-se à margem do Encontro Internacional de Reitores Universia 2018, reunindo 75 por cento dos responsáveis das instituições de ensino superior portuguesas. O reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, aproveitou a ocasião para criticar a política de emprego científico que vigora no nosso país, que embora tenha aspetos positivos, "atrasa a implementação dos doutorados nas empresas".
Seguindo a mesma linha, João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, defendeu que "não faz sentido" o Estado aspirar a ser o grande empregador da ciência, até porque "jamais terá recursos para empregar todos os doutorados". O reitor de Coimbra criticou ainda o modo como os projetos são executados, que impedem muitas vezes a contratualização de investigadores. "Quando queremos ser competitivos em termos globais estes pequenos detalhes criam enormes dificuldades. Sinto-me preso a um conjunto de regras horríveis, a um processo legislativo aleatório feito por gente que não sabe o que está a fazer. Isto é desesperante", disse.
Num debate interessante e informal, Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, considerou que, apesar de ser essencial que as universidades persistam na missão de formar pessoas, neste momento estão "a formar mais gente do que o país é capaz de empregar". É aqui que a reitora encontra a justificação para a recente política de emprego científico, procurando fazer do Estado a solução para o problema. Já no entender de Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico, "o emprego científico está a dar o estímulo errado". na sua perspetiva "os doutores têm que perceber que têm que ser parte do setor produtivo, que não vão para as empresas escrever artigos".
O debate trouxe à mesa a questão "Como é que num país com tantos doutorados e com empresas com tanta necessidade deles as coisas não ligam?". A pergunta foi feita por Daniel Traça, diretor da Nova School of Business and Economics.

 
 
 
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