Primeiro do país entre politécnicos e universidades
IPLeiria e U.Minho lançam doutoramento em fabrico digital
O Politécnico de Leiria e
a Universidade do Minho criaram o primeiro programa de doutoramento
em Portugal entre instituições politécnicas e universitárias. É na
área do Fabrico Digital Direto e abre já no próximo ano letivo com
15 vagas. O doutoramento, como foi garantido ao Ensino Magazine
pelo Politécnico de Leiria, terá "a duração de seis
semestres".
Na mesma nota, é referido que
"este ciclo de estudos, fruto de uma parceria inédita no País, que,
pela primeira vez, junta um politécnico e uma universidade na
criação de um programa doutoral, acaba de ser aprovado com a
acreditação máxima atribuída pela Agência de Avaliação e
Acreditação do Ensino Superior (A3ES), sendo válido por um período
de seis anos".
Rui Pedrosa, presidente do
Politécnico de Leiria (na foto), explica que "a criação deste
doutoramento é uma aposta estratégica e um investimento das duas
instituições de ensino ao nível industrial, económico e social, e
também ao nível de estratégia e contexto politico. Ambas possuem um
grande historial de cooperação e envolvimento na área de estudos
deste doutoramento".
O presidente do IPLeiria lembra
que "em 2013, no âmbito da submissão da 'Portuguese Additive
Manufacturing Initiative - PAMI', infraestrutura científica e
tecnológica liderada pelo Politécnico de Leiria, propusemos a
criação de formação orientada para as tecnologias de Direct Digital
Manufacturing (DDM), e, nos últimos três anos, no âmbito de
projetos de investigação e desenvolvimento aprovados pela Fundação
para a Ciência e Tecnologia (FCT), foram realizados, com o
envolvimento do Politécnico de Leiria e da Universidade do Minho,
vários projetos, entre os quais se destacam o add.additive,
produtech.SIF, tooling4G, e Fibr3D, que, na sua linha de
investigação, contam com o Fabrico Digital Direto como pilar
preponderante".
Rui Pedrosa explica que "este é o
primeiro doutoramento em associação que envolve um Politécnico e
uma Universidade em Portugal. É um marco histórico e um devido
reconhecimento da capacidade científica do Politécnico de Leiria,
da ESTG e do CDRSP - Centro para o Desenvolvimento Rápido e
Sustentável do Produto".
No seu entender, "este é um
doutoramento de interface que será suportado pelo desenvolvimento
de investigação orientada para o desenvolvimento de soluções para
as empresas numa área de ponta e de futuro, a fabricação direta
digital. Esta parceria com a Universidade do Minho reforça a
colaboração histórica entre as nossas instituições, nomeadamente na
investigação e inovação que temos feito em conjunto em muitos
projetos com empresas, principalmente no setor dos moldes e dos
polímeros. Por essa razão, este programa doutoral, que consideramos
de interface, contou com o suporte de 13 empresas e oito
instituições não empresariais".
De acordo com a informação
veiculada ao Ensino Magazine, "o ciclo de estudos será ministrado
na Universidade do Minho, Campus de Azurém, em Guimarães, e no
Politécnico de Leiria, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão
(ESTG), envolvendo também diretamente dois centros de investigação,
o IPC - Instituto de Polímeros e Compósitos da Universidade do
Minho e o CDRsp - Centro para Desenvolvimento Rápido e Sustentado
de Produto do Politécnico de Leiria, avaliados pela Fundação pela
Ciência e a Tecnologia com Muito Bom e Excelente,
respetivamente".
As atividades letivas e de
investigação serão partilhadas por Professores e Investigadores da
Universidade do Minho e do Politécnico de Leiria. O grau de doutor
será conferido pela Universidade do Minho, no ramo de doutoramento
em Ciência e Engenharia de Polímeros e Compósitos, e a este ciclo
de estudos poderão candidatar-se os titulares do grau de Mestre em
Engenharia ou equivalente legal, os licenciados em engenharia em
áreas afins detentores de um currículo escolar ou científico
especialmente relevante, e quem apresente um currículo escolar,
científico ou profissional, que seja reconhecido pelo Conselho
Científico da Escola de Engenharia como atestando capacidade para a
realização deste doutoramento.
Rui Vieira de Castro, reitor da
Universidade do Minho, recorda que as duas instituições "têm vindo
a trabalhar de forma estreita e sistemática desde 1997. Os tópicos
de interesse científico do IPC, da Escola de Engenharia da
Universidade do Minho, e da ESTG e do CDRSP, do Politécnico de
Leiria, cruzam-se e permitem sinergias que se tem vindo a revelar
catalisadoras de novas ideias e projetos".
O reitor sublinha que "a
criação conjunta do programa de doutoramento permitirá multiplicar
as atividades conjuntas e obter resultados científico-tecnológicos
cuja transferência para as empresas contribuirá seguramente para a
valorização das empresas e das regiões abrangidas por estas duas
instituições de ensino superior, e terá também um efeito
multiplicador ao nível nacional e internacional".