Para investigar infertilidade feminina
Coimbra garante verbas
A investigadora Renata
Tavares, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da
Universidade de Coimbra (UC), acaba de receber financiamento do
Dispositif de Recherche Interdisciplinaire sur les Interactions
Hommes-Milieux (LabEx DRIIHM) para desenvolver um estudo sobre o
impacto dos contaminantes industriais na infertilidade feminina, de
modo a que, no futuro, sejam tomadas medidas de prevenção e
mitigação dos seus efeitos nefastos.
Este é o segundo financiamento
consecutivo - no total de 30 mil euros - atribuído por aquela
instituição francesa, que agrega 13 observatórios dedicados ao
estudo da interação Homem-Ambiente a nível mundial, à equipa do CNC
para o estudo da infertilidade.
Uma vez que o aumento do risco da
exposição a contaminantes industriais tem um impacto severo na
fertilidade das populações suscetíveis aos mesmos, este estudo, com
a duração de dois anos, vai centrar-se na avaliação do potencial
reprodutivo das mulheres que vivem e/ou trabalham em Estarreja,
cidade do distrito de Aveiro que possui o segundo maior complexo
químico português, e onde já anteriormente foram descritos
incidentes de contaminação por metais pesados.
"Considerando o aumento do risco
de exposição devido ao crescimento industrial a que assistimos nas
últimas décadas, tornou-se preponderante avaliar o potencial
reprodutivo dos habitantes/trabalhadores de áreas fortemente
industrializadas, principalmente se existe história local de
contaminação, como no caso de Estarreja", fundamenta Renata
Tavares.
Participam ainda no projeto Ana
Paula Sousa, Maria Inês Alfaiate e Maria Soares, também
investigadoras do CNC, João Ramalho-Santos, docente da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e Teresa
Almeida-Santos, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra.