Suede com pequenos passos de bebé
Os Suede,
que regressaram ao ativo em 2010 depois de sete anos de interregno,
estão a trabalhar com "pequenos passos de bebé" e é ainda uma
incógnita se um novo álbum de originais pode advir da reunião do
grupo.
"Estamos a dar pequenos passos de
bebé e a tentar garantir que se mantém a singularidade (da banda),
garantir que é um regresso fora do normal. Mas de momento está tudo
a correr bem", revelou a banda em entrevista, no dia em que atuou
na Queima das Fitas do Porto.
Para o vocalista Brett Anderson e o
baixista Mat Osman, um eventual novo disco só surgirá se as canções
fizerem justiça ao passado do grupo e forem "inspiradoras" como têm
sido os concertos de regresso, que têm surpreendido a banda na
disparidade da audiência: "Temos miúdos de 18 anos nos concertos e
público da nossa idade também, na casa dos 40", afiança Mat
Osman.
Os Suede, que surgiram em 1989,
atuaram até ao momento em Portugal por oito vezes, tendo o primeiro
concerto decorrido em 1997 e o último em 2003, ambas no Festival
Sudoeste, o festival que a banda recorda com mais carinho das
passagens pelo país.
"Guiámos durante quatro horas até
lá. Foi daqueles concertos em que pensamos que vai correr mal, sem
saber para onde vamos, e depois chegamos ao local e há tendas por
todo o lado e é como um pequeno mundo alternativo", recordou o
baixista do grupo, destacando a atuação de 1997, onde partilharam o
palco com nomes como Blur ou Marilyn Manson.
Depois do concerto na noite de 6 de
maio, no Porto, o grupo atuou no sábado seguinte num festival em
Murcia, Espanha, e no final do mês tem agendados três concertos em
Londres, onde interpretará na íntegra os três primeiros discos de
originais - "Suede", "Dog Man Star" e "Coming Up", momentos que
Brett Anderson antecipa como "especiais" e para os quais a banda
tem ensaiado afincadamente.
"Temos de nos recordar do ambiente
de cada álbum quando o tocarmos. Queremos dar justiça às canções.
Quando tocarmos o 'Dog Man Star', por exemplo, não estaremos aos
saltos e aos gritos", disse o icónico vocalista do grupo,
recordando que este é um disco "mais intenso" e menos pop que, por
exemplo, "Coming Up", ainda hoje o disco comercialmente mais bem
sucedido do quinteto londrino.
O último álbum de originais da
banda, "A New Morning", data de 2002, um ano antes do grupo ter
decidido separar-se.
A reunião do grupo, que teve o seu
primeiro tomo num espetáculo "mágico" num evento de solidariedade,
fez-se sem o guitarrista da formação original, Bernard Butler.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico