Suplemento

25 anos
Mais 25 anos sob o signo da qualidade

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A Universidade da Beira Interior acaba de assinalar 25 anos de vida. João Queiroz, reitor da instituição, revela os eixos estratégicos que a UBI deve assumir no presente e no futuro. A qualidade, a internacionalização, a formação e a ligação à comunidade são vectores que considera fundamentais. Em entrevista ao Ensino Magazine revela que, no plano formativo, a aposta vai para os 2º e 3º ciclos.
 

25 anos depois, quais os desafios que se colocam à UBI?

Consolidar tudo aquilo que foi construído até agora, em termos de alunos, de projectos de investigação e de projectos estratégicos. A UBI, como universidade que é, deve manter a sua dinâmica, pelo que há que continuar a reafirmar a sua importância e qualidade. Mas devemos também continuar a ter projectos para o futuro, pois só assim é que servimos os nossos alunos e docentes, desenvolvemos os projectos de investigação e  conseguimos a interacção com a comunidade. Temos que ter essa preocupação a capacidade de continuar a aceitar desafios e a propor objectivos ambiciosos.

 

O Plano de Desenvolvimento Específico da UBI até 2014 aborda várias áreas como a formação de alunos, captação de novos públicos, formação ao longo da vida, ligação ao tecido económico e cultural da sociedade. Os objectivos estão a ser cumpridos?

Em termos gerais estão. Imprimimos uma outra dinâmica à universidade. Quando afirmámos que iríamos aumentar o número de alunos na universidade, referíamo-nos aos segundos ciclos. Este ano a UBI admitiu 2600 novas matrículas, das quais 1500 são do 1º ciclo e 1100 são do 2º e 3º ciclos. Ou seja, estamos a aumentar o número de alunos nas pós-graduações. Estamos a fazer uma aposta muito forte no segundo ciclo de formação e iremos fazer o mesmo nos 3ºs ciclos. Foi também efectuada uma reorganização da oferta formativa. Neste momento no 1º ciclo as áreas de formação estão estabilizadas, e o número de alunos, sem ser na área da Medicina, também está estabilizado.

 

Essa aposta pressupõe um corpo docente muito qualificado...

Com os nossos docentes temo-nos preocupado em promover formação sobre o Processo de Bolonha e novas formas de aprendizagem. Além disso, através do Instituto Coordenador da Investigação, temo- -nos empenhado em fomentar, organizar e direccionar a investigação e a transferência de conhecimento que se faz na UBI. Há algumas áreas em que somos muito competitivos, com projectos nacionais e internacionais que têm um número de publicações muito bom. Aquilo que se pretende é capacitar toda a universidade para isso. Só assim conseguiremos ter uma maior qualidade, e uma melhor resposta nos 2º e 3º ciclos e, por conseguinte, uma probabilidade superior de captar mais alunos.


Para o próximo ano a oferta formativa vai manter-se?

No 1º ciclo a oferta está estabilizada. Iremos apenas fazer alguns ajustes, com o curso de Química Industrial a ser alterado para Química Medicinal. No 2º ciclo aumentámos a oferta formativa. Por exemplo iremos avançar com o mestrado em Biotecnologia (em colaboração com o Instituto Politécnico de Castelo Branco).


Referiu o Processo de Bolonha. Para a sua concretização efectiva ainda há um longo caminho a percorrer?

IMG_4586.jpgPenso que sim. Há um ano atrás, alguém, depois de fazer o balanço dos últimos 10 anos, traçava como objectivo, para a próxima década, a concretização efectiva de Bolonha. Eu concordo com essa ideia. Mas temos que prosseguir e lutar para alcançar os objectivos de Bolonha, principalmente porque daremos um outro tipo de competências e capacitação aos nossos alunos que, de outra forma, são mais difíceis de atingir. Na UBI temos uma pró-reitora que trata especificamente desse processo e que tem trabalhado com os responsáveis e docentes das faculdades. É um trabalho que vai continuar a ser feito. No dia em que os nossos docentes e a universidade se capacitarem e interiorizarem que este é o caminho, iremos ficar muito melhores.


O exemplo da Faculdade de Ciências da Saúde deveria ser seguido pelas restantes?

No curso de Medicina isso está a ser feito. Mas há outros exemplos: na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas o curso de Desporto também já tem uma organização diferente e tem o primeiro ano a funcionar de acordo com Bolonha. A Faculdade de Ciências também tem o curso de Química adaptado. O mesmo sucede com outros cursos, noutras faculdades.

 

O Plano de Desenvolvimento Específico da UBI aponta o relacionamento com a comunidade e o tecido empresarial como importante. O que está a ser feito nesta matéria?

Nessa área temos tido uma intervenção vastíssima. A título de exemplo, só em 2010 assinámos 74 protocolos de cooperação, com instituições, empresas e outras entidades. Isto significa que abrimos a universidade à comunidade, cooperámos mais com a sociedade. Temos conseguido atingir os nossos objectivos, o que nos deixa muito satisfeitos, pois, o principal alvo de todas estas acções que temos vindo a implementar são os alunos e os graduados que a UBI vai colocando no mercado. Por exemplo, nas actividades desportivas são os alunos que beneficiam de uma prática organizada e de uma orientação mais tutorial através dos treinadores, dos meios e das infra-estruturas que lhes disponibilizamos. No relacionamento com as empresas temos insistido na possibilidade dos alunos poderem fazer aí os seus estágios, ou desenvolverem projectos de investigação na universidade em colaboração com as empresas.

 

A internacionalização é outra área chave. Mas internacionalizar deve ir para além da simples mobilidade de alunos e docentes...

Claro, a internacionalização deve ser feita via ensino e via investigação. Uma das novidades que surgiu no último ano foi a possibilidade que conseguimos concretizar de reconhecer graus e títulos entre a nossa e outras universidades europeias e também do Brasil. Ou seja, conseguimos que a mobilidade dos alunos (deles e nossos) permita um duplo reconhecimento dos graus.

 

Outro dos vectores que classificou como estratégico, diz respeito à qualidade da instituição. O objectivo é certificar a UBI na sua globalidade?

Neste vector temos que ter em conta três eixos, a saber: qualidade e certificação dos serviços - o que está feito nalguns serviços -; a investigação e o ensino. No caso do ensino o trabalho passou pela reorganização da oferta formativa, dos cursos e acreditação junto da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
Neste momento está constituída uma comissão que engloba aquelas três vertentes, que irá integrar aquilo que foi feito em cada uma das áreas, para que a UBI possa ter o selo de qualidade.


A qualidade é o caminho a seguir pelas instituições de ensino superior?

Sem dúvida. Os cursos, os docentes, a investigação e os serviços têm que caminhar no sentido da qualidade efectiva. E esse é um dever das instituições de Ensino Superior. Só assim é que vamos ser reconhecidos entre pares e ter processos de avaliação, por entidades internacionais, com sucesso. E a UBI está a percorrer esse caminho.

Mudando de assunto. Quer o actual ministro da Ciência e Ensino Superior, quer os seus antecessores, abordaram a questão das parcerias e dos consórcios. A UBI já deu passos nesse sentido?

Em termos de parcerias sim. Temos acordos com os Institutos Politécnicos da região. Inclusivamente houve a submissão de um projecto de mestrado com o Politécnico da Guarda e temos a parceria com o Politécnico de Castelo Branco no mestrado em Biotecnologia. Isto significa que estamos abertos e os presidentes dos politécnicos também o estão, para cooperarmos e colaborarmos. Ficaremos todos mais fortes se conseguirmos colaborar mais. E essa será a estratégia a curto prazo.

A gestão e a governação da universidade foi outro dos eixos que considerou estratégicos. Está satisfeito com os dois anos de mandato?

Quando abordei a questão da gestão e governação estava a referir-me a uma nova forma de estar na universidade, implementando um modelo mais profissional, transparente e expedito. Desde que tomámos posse implementámos sistemas de modernização administrativa, de contabilidade analítica, sistemas inteligentes de apoio à gestão e plataformas electrónicas de compras. Tudo o que fizemos visou modernizar a universidade. Os resultados obtidos são positivos como o demonstram a redução e contenção de custos, que foram significativos, e o aumento do número de projectos.
Por outro lado, com os novos estatutos e a nova forma de eleger o reitor, introduzimos novos regulamentos de autonomia nas faculdades e uma nova forma de relacionamento entre o reitor e os presidentes das faculdades. E esta nova filosofia tem resultado muito bem, pois criou-se uma nova dinâmica na UBI, o que cria um maior potencial à universidade.

 
 
 
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