1ª Coluna

Erasmus, uma oportunidade

João CarregaSó este ano cerca de sete mil alunos portugueses do ensino superior estão a participar no programa Erasmus. Um número, divulgado pelo Ministério da Educação e Ciência, que é significativo, e que surge numa altura em que se assinalam os 25 anos de um programa que garante a mobilidade de estudantes dentro do espaço europeu.

Acima de tudo, o Erasmus é uma oportunidade para os jovens que nele participam e que podem fazer uma parte do seu percurso académico em instituições estrangeiras. Mas é ainda uma oportunidade para as universidades e politécnicos portugueses que, também eles, recebem alunos de outros países.

E se no início deste programa a mobilidade se fazia de uma forma mais tímida, hoje é procurada por muitos alunos que, sem receio, procuram novas vivências e experiências, enriquecendo também os seus currículos.

Este ano, o programa Erasmus significa um investimento para Portugal de cerca de 11,5 milhões de euros. A bolsa média dos alunos portugueses está acima da média europeia (que é de 250 euros) e tem um valor de 285 euros mensais. Um valor que constitui apenas um apoio aos estudantes, já que com esses valores sobrará muito mês aos alunos depois da dita bolsa, acabando por ser as suas famílias a suportar o resto da despesa.

Para além dos alunos, também os docentes e não docentes podem candidatar-se a este programa de mobilidade.

O Erasmus surge como um dos programas que mais vezes é referenciado quando se fala na internacionalização das instituições de ensino superior. É certo que a internacionalização das universidades e politécnicos terá que passar por outro tipo de compromissos e parcerias, mas o Erasmus é, seguramente, uma porta importante e o início de muitas cooperações.

Ainda assim, o Erasmus tem aspectos que devem ser melhorados, sobretudo junto de algumas instituições de ensino que acolhem os alunos (por exemplo, um cuidado acrescido no que respeita aos currículos dos cursos, ou no fomento da aprendizagem da língua falada no país de acolhimento), mas globalmente é uma mais valia inegável para os estudantes que nele participam.

Com o país mergulhado numa grave crise económica, com muitos jovens sem saberem se depois da conclusão dos seus cursos terão emprego, ou condições para o criarem, a experiência vivida em Erasmus pode tirar muitas dúvidas sobre se vale a pena emigrar. Mas em questão de mobilidade, não convém esquecer um outro programa, o Leonardo da Vinci, que permite a mobilidade de pessoas para o mercado de trabalho ou para formação profissional inicial.

Como diz a velha máxima: é no aproveitar que está o ganho. E o programa Erasmus é algo que os alunos portugueses e as instituições de ensino superior devem procurar aproveitar.…

 
 
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