A taça foi para Coimbra
A primeira já
morava em Coimbra e 73 anos depois da final de 1939 a Briosa
arrecada o segundo troféu da prova rainha do futebol
português.
Mais do que um
dos jogos do ano, a Final da Taça de Portugal é a festa que marca o
fim do ciclo futebolístico nacional. O pão com chouriço, a bifana,
as toalhas aos quadrados vermelhos e brancos, a cerveja e o vinho
são os ingredientes da festa da família num recinto histórico numa
das pontas da capital. O Jamor já foi melhor. Também já lhe foi
exigido menos. Mas hoje em dia são fracas as condições para acolher
um tão importante evento como este. Ainda assim, o jogo no relvado
é o que menos importa.
Neste caso a
final da taça é ainda mais importante pela carga política que os
estudantes da cidade universitária, por excelência, quiseram impor.
As dificuldades financeiras que a classe estudantil atravessa
esteve bem presente no intervalo do jogo que opôs a Académica ao
Sporting. Percebia-se claramente que havia uma mensagem a passar e
que aqueles jovens não estavam ali apenas pelo jogo. Aproveitando o
mediatismo associado ao evento a Direcção Geral da Associação
Académica de Coimbra impôs a sua presença através de faixas
gigantes e lençóis que cobriam a claque vinda de Coimbra. "Futuro
negro no ensino superior" e "mais de 11 mil bolsas recusadas" eram
algumas das frases impressas a preto em fundo
branco.
No final da partida, com
fracos momentos de qualidade desportiva, a Taça acabou mesmo por
viajar até Coimbra onde deu o mote à festa pela noite
dentro.