De Ciências Aplicadas
Politécnicos viram Universidades?!
O Conselho Coordenador dos Institutos
Superiores Politécnicos (CCISP) pretende mudar a designação dos
institutos para "Universidades de Ciências Aplicadas". A ideia foi
defendida na última semana, durante um encontro em Lisboa, no
Conselho Nacional de Educação.
A ideia já não é nova, mas ganhou um
novo fôlego com a apresentação de diversas propostas por parte do
CCISP. O órgão presidido por Joaquim Mourato recorda que "Portugal
é o único país que mantém a designação instituto politécnico".
Outros países de referência neste tipo de ensino, como a Alemanha e
a Holanda.
No entender do CCISP a designação
Instituto Politécnico tem tido "implicações negativas para as
instituições, bem como para o país, ao nível do reconhecimento e
atratividade internacional".
A posição do CCISP é fundamentada no
relatório encomendado ao "Center for Higher Education Policy
Studies (CHEPS)" da Universidade de Twente, na Holanda. Um estudo
que dá exemplos de outros países que optaram por esta designação,
por ser mais atrativa para captar alunos de fora, nomeadamente a
Alemanha e a Holanda.
De acordo com o relatório, os
politécnicos, à escala internacional, "criaram serviços para a
mobilidade dos estudantes. Treinaram os professores ativamente para
ensinar em Inglês, de forma mais sistemática do que as
universidades" e têm sido "muito ativos na criação de programas em
Inglês".
No entender do CCISP deve ser dada a
cada instituição a oportunidade de apresentar um projeto, em que
manifeste a posição que pretende ocupar no Ensino Superior
português, sem ficar em causa o núcleo da sua matriz
politécnica.
Uma das questões a que a mudança de
designação pode originar poderá estar relacionada com o tipo de
graus atribuídos pelas instituições. Neste momento, por Lei, os
Politécnicos estão impedidos de ter cursos de doutoramento,
independentemente do facto de terem, ou não, corpo docente para o
fazerem. Há áreas específicas em que os politécnicos estão muito
bem preparados para puderem ministrar esses cursos, mas estão
impedidos por Lei.
A intenção do CCISP é permitir que
os politécnicos possam oferecer desde cursos mais curtos até
doutoramentos profissionais. A proposta do Conselho passa também
pela integração no Ensino Superior dos Cursos de Especialização
Tecnológica (CET) ou a criação dos Cursos Superiores
Especializados, com duração de dois anos.
Outra das propostas diz respeito à
criação de centros de investigação aplicada, em articulação com as
empresas e um programa próprio de financiamento na Fundação para a
Ciência e Tecnologia é outra proposta.