António Fidalgo, reitor da UBI
UBI quer atrair alunos estrangeiros
"A UBI vai apostar forte na atração de estudantes
dos países lusófonos, em particular dos dois maiores, Brasil e
Angola". A afirmação é do reitor da Universidade da Beira Interior,
António Fidalgo, e foi proferida durante o aniversário dos 28 anos
da instituição. Numa intervenção profunda , António Fidalgo
foi claro em afirmar que aquele será um objetivo da UBI. Perante o
secretário de Estado do Ensino Superior, o reitor lembrou que "o
Conselho Geral da universidade votou a propina de 5000 euros
para os estudantes internacionais. Por 7500 euros ano iremos
oferecer um pacote completo, incluindo propinas, alojamento e
alimentação. Temos a certeza de que garantimos a melhor relação de
qualidade e preço no mercado universitário lusófono", disse.A
aposta em alunos internacionais irá, no entender de António
Fidalgo, beneficiar toda a academia, com especial destaque para a
área das engenharias. "Se em Portugal, por causa da crise económica
e financeira, faltam candidatos para estudar engenharia civil, não
faltam jovens de outros países, nomeadamente do mundo lusófono, que
o queiram fazer", disse.De resto, na vertente tecnológica e numa
perspetiva de ligação da UBI com o tecido empresarial, António
Fidalgo destacou a ligação à PT, a qual constitui uma das apostas
da universidade, numa "parceria estratégica". Uma ligação que tem
dado frutos e que poderá resultar num Centro de Competências em
Cloud Computing, cooperação na dinamização do UBIMedical e
validação de software, entre outras.No seu discurso, o reitor fez
um balanço dos seus primeiros oito meses à frente da instituição.
Após um início de ano letivo "tranquilo", ainda sob os bons efeitos
da anterior gestão de João Queiroz, como sublinhou, António Fidalgo
destacou as alterações ao Regulamento das Unidades Orgânicas, a
candidatura à avaliação das unidades de investigação pela Fundação
para a Ciência e Tecnologia, a reprogramação do UBIMedical - que
deverá estar concluído até final do ano -, e a revisão do
Regulamento de Avaliação de Desempenho.Um dos aspetos sublinhados
por António Fidalgo e que também já tinha sido abordado na
entrevista que em fevereiro concedeu ao Ensino Magazine, é a
dinamização da academia abrindo-a verdadeiramente aos alunos. Como
exemplo deu o caso da Biblioteca Central, onde "finalmente os
estudantes podem ficar na Covilhã ao fim de semana a estudar porque
têm as salas de estudo abertas e refeições no bar ao preço social",
sublinhou. O reitor da UBI aproveitou a presença do secretário
de Estado do Ensino Superior para abordar a questão orçamental, em
particular as cativações do Orçamento de Estado. "É uma injustiça
de bradar aos céus. E, por outro lado, a injustiça ainda se agrava
quando houve descativações seletivas, incompreensíveis mesmo, de
faculdades e escolas do Litoral e não houve para as do Interior.
Bastaria que o meio milhão de euros da cativação de 2,5 por cento
das transferências tivesse sido descativado e não teríamos que
recorrer aos saldos e que tanta falta nos fazem para investirmos e
concorrermos a projetos comunitários", disse.Na cerimónia, o
presidente do Conselho Geral da UBI lembrou ainda que "celebrar o
dia da universidade, não deve ser um simples ritual. Terá de ser
uma tomada de consciência do balanço do percurso feito, um alerta
sobre o presente e os compromissos para o futuro".