Universidade
Nova reitora em Évora
A
nova reitora da Universidade de Évora, Ana Costa Freitas, quer dar
"início a uma nova era" na sua instituição, particularmente, na
questão da internacionalização.
Na tomada de posse, que teve
lugar no passado dia 9 de maio, a nova reitora referiu que um dos
seus principais desafios é a inserção da Universidade de Évora "na
comunidade das instituições de ensino superior e de investigação
científica europeias", especialmente, na "internacionalização das
equipas de investigação, que só desse modo poderão pretender
alcançar os patamares da excelência" e ainda na
"internacionalização da formação inicial e avançada", bem como na
"captação de estudantes estrangeiros".
No seu discurso, Ana Costa
Freitas disse que a Universidade de Évora também terá um desafio
para com a região Alentejo. Assim, sublinhou que "é certo que uma
Universidade que aspira à internacionalização não se pode confinar
no estatuto de instituição regional. Não somos nem seremos
regionais. Mas, somos assumidamente regionalistas pelo compromisso
que assumimos com o desenvolvimento sociocultural da população do
Alentejo, com o desenvolvimento das empresas no seu esforço de
inovação e de aumento de competitividade, e com o vasto e
riquíssimo património natural e cultural que carateriza o
Alentejo".
Para a nova dirigente, a ligação
à região Alentejo também deve ser feita na "transferência do
conhecimento para as empresas, na resposta aos seus desafios de
desenvolvimento tecnológico, na qualificação dos seus funcionários"
e, ainda, "nos caminhos da inovação e da
internacionalização".
Na sua intervenção, a reitora
abordou também a questão da reorganização da rede de ensino
superior. No entanto, salientou que se tratava de um desafio para o
qual não pretende "avançar um figurino". "Teremos de ser todos a
pensar na melhor resposta a dar, que deverá ser para muito breve",
disse Ana Costa Freitas.
Outra das suas prioridades para o
seu mandato é a especialização. Segundo Ana Costa Freitas, "não
existe nenhuma universidade que seja excelente, ou mesmo só boa, em
todos os domínios". Assim, afirmou que "no contexto da rede pública
e na ótica da reorganização da rede, a Universidade de Évora terá
de se evidenciar pela excelência em alguns domínios - os
domínios-âncora - aqueles através dos quais seremos conhecidos e
reconhecidos". Acrescentou que "a definição de domínios-âncora é
difícil, mas é incontornável".
Outro domínio em que a nova
reitora pretende apostar é essencialmente na "conquista de novos
públicos, em particular na África e na América do Sul". Aqui, Ana
Costa Freitas considera que é pertinente a instituição "desenvolver
as suas capacidades e competências no ensino assistido pelas
tecnologias de informação e comunicação".
Sobre a questão financeira, a
nova reitora sublinhou que "os recursos financeiros que o Estado
aloca às instituições de ensino superior são escassos" e, portanto,
considera que "não se perspetiva que venham a ser muito maiores, no
futuro próximo, qualquer que venha a ser a solução governativa que
a democracia nos proporcionar". Neste âmbito, disse que "podemos
ter a certeza de que estamos entregues a nós mesmos, isto é, à
nossa criatividade, à nossa estratégia de crescimento e de
afirmação, à capacidade que demonstrarmos de captar outros
financiamentos, designadamente os financiamentos europeus".