Fenprof: Ministério faz ultimato a professores
O
Ministério da Educação não terá dado margem de manobra aos
sindicatos no que respeita à contagem de tempo de serviço dos
docentes. Em declarações à imprensa, e após uma reunião com a
tutela, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos
Professores (Fenprof) considerou "uma chantagem" a forma como o
ministro, Tiago Brandão Rodrigues quis negociar.
Mário Nogueira referiu que o
ministro dá aos professores apenas duas hipóteses: ou os sindicatos
aceitam a proposta da tutela - menos de três anos - ou terminam as
negociações sobre esta matéria sem recuperação de qualquer tempo
serviço. De referir que em causa está a recuperação de cerca de
nove anos, quatro meses e dois dias de serviço em que a contagem
esteve congelada. Segundo o secretário geral da Fenprof o
Ministério da Educação só está disponível para a recuperação de
menos de três anos.
Aquele responsável foi duro nas
críticas: "Quando temos um Governo que através do senhor ministro
da Educação vai para uma reunião política com a Fenprof,
apresentando uma posição de chantagem em relação ao tempo de
serviço, eu acho que está tudo dito". Mário Nogueira disse ainda
que Tiago Brandão Rodrigues terá dito aos representantes da Fenprof
"que se os sindicatos não aceitarem apagar 70% do tempo de serviço
e aproveitar do tempo congelado apenas dois anos, nove meses e 18
dias então, a partir de agora, a proposta do Governo desaparece e
apaga-se o tempo todo".
Perante estes factos, a Fenprof
contactou outras estruturas sindicais, entre as quais a Federação
Nacional da Educação, tendo chegado a acordo para manter a greve às
avaliações a partir do dia 18, cujo pré-aviso de greve já foi
entregue.
A Lusa adianta ainda que "as
estruturas sindicais acordaram ainda a hipótese de os professores
poderem avançar para uma greve aos exames nacionais assim como às
aulas que ainda estão a decorrer até ao final do ano letivo e a
tarefas burocráticas, como o lançamento de notas".