Politécnico

António Fernandes tomou posse e apresenta equipa
A nova etapa do IPCB

antonio_fernandes-001.jpgAntónio Fernandes tomou posse no dia 10 de maio como presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), sucedendo no cargo a Carlos Maia, que nos últimos cerca de nove anos liderou a instituição (e que aproveitou a ocasião para agradecer a todos os que com ele colaboraram). Para a sua equipa de vice-presidentes, António Fernandes escolheu Nuno Castela e Luís Pinto de Andrade. Nuno Castela, que já exercia essas funções, vai agora ser vice-presidente para a área académica, plataformas informáticas e desenvolvimento internacional do IPCB. É doutorado em Engenharia Informática e de Computadores.

Luís Pedro Mota Pinto de Andrade, doutor em Engenharia Zootécnica, será vice-presidente para a investigação, prestação de serviços, criação de valor e compromisso com a sociedade.

A equipa de António Fernandes mantém como administradora do IPCB e administradora dos Serviços de Ação Social, Maria Eduarda Pereira Rodrigues, doutora em Ciências da Informação e da Comunicação.

O novo homem forte do IPCB apresentou as linhas estratégias que irá seguir nos próximos quatro anos, as quais estão em sintonia com o seu programa de ação que mereceu a aprovação do Conselho Geral da instituição, no processo eleitoral.

O novo presidente fala em três questões centrais que o preocupam: "sustentabilidade demográfica; sustentabilidade financeira; e desajuste de escala".

António Fernandes considera que "a tendência de redução demográfica da região centro, e particularmente no interior da região, terá consequências muito relevantes e preocupantes relativamente aos estudantes que ingressarão no ensino superior nos próximos anos. No caso do IPCB, cerca de metade dos novos estudantes é oriunda desta região, o que torna o tema da sustentação demográfica institucional algo central na definição da estratégia". Já antes da sua intervenção, o presidente do Conselho Geral, Vitor Santos, alertou para as questões demográficas e da interioridade.

Para António Fernandes, "a diferenciação entre o ensino politécnico e universitário deve ser crescentemente clarificada. Ambos têm um papel decisivo no desenvolvimento social, económico e cultural das regiões e do país, mas o seu impacto depende muito da sua diferenciação e especialização relativa, com o ensino politécnico a orientar-se para o desenvolvimento das profissões".

Defende ainda "uma intervenção forte do IPCB tendencialmente especializada em algumas áreas e, simultaneamente, generalista nas áreas do saber em que ao longo dos 37 anos de existência formou muito perto de 20 mil diplomados". E acrescenta: "hoje em dia é comum depararmos com empresas com grandes dificuldades em encontrar profissionais qualificados em determinadas áreas, nas regiões do litoral e mais acentuadamente no interior. Não chega criar mais e melhores condições para ajudar os empresários a apostar em novos investimentos. É preciso apostar na qualificação necessária e o IPCB cá estará para responder aos desafios da região e do país".

ORÇAMENTO Na segunda questão estratégica (sustentabilidade financeira), António Fernandes revela que "presentemente 92% do orçamento total da IPCB é usado no pagamento de salários. Perante este quadro, difícil, urge reclamar modelos de financiamento mais adequados e justos para as IES, principalmente as que sofrem da interioridade, com todos os condicionalismos sobejamente conhecidos, mas que, simultaneamente, têm um papel positivo absolutamente determinante na vida das regiões onde estão inseridas. Caberá, no entanto, também ao IPCB promover as mudanças estruturais internas indutoras a uma instituição mais capaz e melhor preparada. Não podemos resistir à tentação interna de adiar a resolução dos problemas".

equipa_IPCB-001.jpgJá sobre o desajuste de escala recorda que "a diferença entre escolas relativamente ao número de estudantes é significativa. É conhecida a evolução que cada escola tem tido relativamente à procura, e consequentemente no seu número total de estudantes. Considero necessário aperfeiçoar a coordenação de horários e turmas que vise melhorar níveis de eficiência, designadamente no que se refere à carga horária de docentes e recursos técnicos usados".

É a partir destes três problemas que o novo presidente do IPCB vai definir a sua estratégia e que assenta em duas orientações: Promover o efeito sinergético da cooperação institucional unindo esforços pela região; e promover a mudança estrutural do politécnico.

"Considero essencial reforçar a ligação ao tecido empresarial e institucional, apostando em iniciativas conjuntas no ensino, investigação, prestação de serviços, eventos culturais, artísticos, desportivos, tecnológicos, que melhorem a dinâmica de atração, captação e fixação de jovens e técnicos qualificados na região. No quadro da captação de estudantes internacionais, a estratégia do IPCB deverá ser alinhada com a da região. Uma abordagem conjunta favorece a identidade do IPCB e renova a da região", explica.

A mudança estrutural, essa, passará por uma reorganização e reestruturação no IPCB: "com um percurso de mais de 37 anos, e constituindo-se como um referencial de confiança na qualidade do ensino, na investigação e na prestação de serviços à comunidade, o IPCB necessita de uma mudança estrutural clara e objetiva que melhore os níveis organizacionais de eficácia e eficiência, garantindo a articulação e complementaridade entre áreas do conhecimento e a otimização de recursos. Simultaneamente devem ser adotadas estruturas administrativas menos hierarquizadas, mais simples e flexíveis, baseadas em modelos que permitam a responsabilização pela obtenção de resultados. Neste contexto, o Conselho Geral do IPCB terá um papel absolutamente determinante ao nível da apreciação, reflexão e aprovação das medidas que vierem a ser propostas", esclarece.

No discurso de tomada de posse, António Fernandes olha para o IPCB como uma "instituição ativa, com pessoas capazes de promover e fortalecer sinergias internas e externas, locais e regionais, nacionais e internacionais, cooperar efetivamente com as comunidades intermunicipais, com os municípios da região, com as instituições sociais e culturais, com as organizações empresariais, industriais e comerciais, com instituições de ensino superior".

 
Rui Salgueiro/IPCB
 
 
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