Universidade do Minho
Físicos publicam na Science
Uma equipa internacional, que inclui os
cientistas Nuno Peres e Eduardo Dias, do Centro de Física da
Universidade do Minho, acaba de abrir horizontes a novas aplicações
em lasers, sensores e detetores à nanoescala, após ter confinado e
guiado a luz num espaço de apenas um átomo de espessura. A inovação
foi possível através da criação de uma espécie de lego à escala
atómica com materiais 2D, o estudo acaba de ser publicado na
revista Science e conta ainda com investigadores do Instituto de
Ciências Fotónicas de Barcelona (ICFO), do Instituto Tecnológico de
Massachusetts (MIT), além do apoio do Graphene Flagship, consórcio
que recebeu o maior financiamento europeu de sempre.
Para entender o impacto deste
confinamento máximo da luz, basta lembrar que todos os dispositivos
eletrónicos, desde computadores a smartphones, têm milhões de
transístores. O primeiro transístor media um centímetro há 70 anos;
com a evolução, é agora mil vezes menor do que um fio de cabelo. Os
cientistas tentam reduzir ao máximo o tamanho dos dispositivos que
controlam e guiam a luz, pois esta pode ser um canal de comunicação
ultrarrápido, por exemplo, entre seções de um chip e em sensores
ultrassensíveis.
Eduardo Dias,
bracarense de 24 anos, é licenciado e mestre em Física pela
Universidade do Minho e o estudo agora publicado iniciou-se na sua
tese de mestrado. A ele se devem todos os cálculos teóricos desta
investigação, sob supervisão científica de Nuno Peres. Está a fazer
doutoramento no ICFO. Nuno Peres nasceu há 50 anos em Arganil,
Coimbra. Professor catedrático e vice-presidente da Escola de
Ciências,estuda desde 2004 as propriedades eletrónicas e óticas de
materiais bidimensionais, como o grafeno. Venceu, entre outros, os
prémios Gulbenkian Ciência, Mérito à Investigação da UMinho e Seeds
of Science. É o português cujas publicações científicas são as mais
citadas internacionalmente, segundo a Clarivate Analytics.