As Escolhas de Valter Lemos
Gasolina, diesel, elétricos ou híbridos?
No primeiro trimestre de 2018
venderam-se em Portugal perto de três mil carros elétricos novos, o
que significa um enorme aumento face a 2018. Mas, nesse ano já
haviam sido vendidos mais oito mil, no total do ano, o que
significa mais do que n sete anos anteriores. Esta subida
vertiginosa está, no entanto, muito longe dos valores da Noruega,
país onde os elétricos significaram mais de 50% do total de novos
carros vendidos.
Hoje está instalada a dúvida, em muitas pessoas sobre o tipo de
carro a comprar, face à diversificação da oferta existente. Assim
fazemos um pequeno guia sobre qual o tipo de carro mais vantajoso
para vários aspetos práticos. Assim:
Preço de compra: Gasolina
Consumo: Elétrico
Autonomia: Diesel
Emissões poluentes: Elétrico
Manutenção: Gasolina
Valor de retoma: Diesel
Os maiores problemas associados aos
elétricos são o preço de compra e a autonomia. Na verdade, os
elétricos são em média cerca de 30% mais caros que modelos
equivalentes a gasolina ou diesel. Os preços dos elétricos mais
baratos em Portugal são aproximadamente os seguintes, em
euros:
Até 10 000 - Renault Twizzy
Até 20 000 - Smart for Two
Até 30 000 - Volkswagen E-Up, Renault Zoe, Renault
Kangoo, Kia Niro, Citroen C-Zero
Mais de 30 000 - Nissan Leaf, Kia Soul EV, Hyundai
Ioniq, Volkswagen Golf E
Mais de 40 000 - BMW i3
Por outro lado, a autonomia dos
elétricos é menor, demorando mais o reabastecimento, o qual é de
alguns minutos, no caso dos combustíveis fosseis e de pelo menos
uma hora (carregamento rápido) nos elétricos. Além disso um
depósito de gasóleo ou gasolina permite, em média, um percurso
bastante maior do que uma carga completa de bateria nos elétricos.
Ainda assim, a autonomia tem vindo a aumentar e atualmente uma
carga completa permite entre 300 a 400 Km em carros normais como o
Nissan Leaf ou o Renault Zoe.
Os híbridos
Para tentar juntar as vantagens dos
elétricos e dos gasolinas, algumas marcas oferecem híbridos, ou
seja, carros que têm motor a gasolina (ou diesel) e motor elétrico,
permitindo andar uma parte do tempo a eletricidade e outra parte a
gasolina ou colocando o motor elétrico a ajudar o outro, permitindo
um menor consumo.
Esta segunda opção é a mais antiga e permite alguma economia de
consumo de gasolina ou gasóleo, ainda que, em geral não permita que
o veículo se desloque só a eletricidade ou, quando o permite, isso
aconteça apenas em poucos quilómetros. É o sistema usado pela
Toyota e algumas outras marcas como a Mercedes.
A outra opção designada de "plug-in" é a que permite que o carro se
desloque com o motor a gasolina ou diesel com apoio elétrico, mas,
também permite alguma autonomia só elétrica (que pode ir de algumas
dezenas a perto de uma centena de quilómetros) garantida por
baterias que podem ser carregadas através de tomadas elétricas.
Exemplos são o Mitsubishi Outlander PHEV, Toyota Prius Plug-in e
ainda alguns modelos da Hyundai, Kia, BMW, Volkswagen e
Volvo.
Existem outras alternativas de energia para os automóveis. Umas
mais antigas como o gás natural ou o GPL (combustíveis fósseis mais
baratos e menos poluentes que a gasolina ou o gasóleo), outras
ainda em fase de experimentação como o hidrogénio. Assim, o que
será de esperar no futuro não é que os carros funcionem todos com a
mesma energia, mas, que coexistam fontes e formas
diversificadas.