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Investigação
Universidade de Évora na descoberta de nova espécie animal
evora2_320x254Um estudo liderado por Carlos Gutiérrez-Gutiérrez, investigador do Laboratório de Nematologia - MED da Universidade de Évora, descreve nova espécie de nemátodes, parasitas conhecidos por causar doenças em humanos, outros animais e plantas, e apresenta a sua caracterização molecular.
Carlos Gutiérrez-Gutiérrez é o primeiro autor do artigo publicado na revista científica Zoosystematics and Evolution, que aborda a evolução zoológica a nível mundial, sublinha que este estudo, "para além de contribuir com mais uma nova espécie de nemátodes para a Ciência, contribui para o conhecimento de como esta nova espécie se relaciona com as restantes do grupo (Fam. Longidoridae)", explica a Universidade.
Na informação veiculada ao Ensino Magazine, aquele investigador sublinha o facto desta investigação permitir  "conhecer espécies potencialmente transmissoras de vírus (videira, mas não só) e que, como parasitas microscópicos (ca. 1-9 mm) que habitam o solo, são responsáveis por danos consideráveis em numerosas culturas".
O estudo foi desenvolvido entre 2015 e 2019, através de uma equipa de investigadores que realizou um levantamento de nemátodes em vinhedos e ambientes agro-florestais em Portugal. Citado na mesma nota de imprensa, Manuel Mota, professor do Departamento de Biologia da Escola de Ciências e Tecnologia da UÉ, responsável pelo Laboratório de Nematologia do MED e membro da equipa de investigadores do estudo agora publicado,  lembra que "Longidorus é um dos géneros mais difíceis de identificar com precisão devido à sua morfologia e às medidas e proporções sobrepostas entre as espécies".
Manuel Mota considera que os nemátodes fitoparasitas fazem parte dos quatro grandes grupos de agentes fitopatogénicos (fungos, bactérias, vírus e nematóides), que conjuntamente com os insetos, "constituem a grande área científica da «Proteção de Plantas», onde só por si, os nemátodes fitoparasitas causam danos anuais nas culturas agrícolas e florestais, a nível mundial, na ordem dos USD$ 150 biliões (milhares de milhões) " o que, na sua opinião "constitui um sério fator limitante em Agricultura e Floresta". Para além dos investigadores da UÉ o estudo contou ainda com investigadores do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e de Virginia Tech, Blacksburg dos Estados Unidos da América.
De acordo com o comunicado enviado ao Ensino Magazine, "as populações de Longidorus foram caracterizadas pelos investigadores através de uma abordagem integrativa baseada em dados morfológicos e análise filogenética molecular de genes de rRNA, incluindo o topotipo de L. vinearum, que vem contribuir para uma maior compreensão da biodiversidade dentro do género Longidorus, descreve Longidorus spp, recorrendo à utilização de dados morfológicos e moleculares e estabelecendo as relações filogenéticas das espécies dentro do género, bem como  o valor do uso de marcadores moleculares de rRNA, especialmente a partir de amostras de topotipos, para a identificação de Longidorus spp., principalmente quando outros métodos se mostraram difíceis e inconclusivos".
Diz a Universidade, que "foram ainda estabelecidos marcadores moleculares para o diagnóstico preciso e inequívoco de uma nova espécie, L. bordonensis sp. nov., mostrando que esses marcadores moleculares são úteis para diferenciar essa espécie de outras espécies potencialmente vetores de vírus. Estes marcadores foram utilizados pelos investigadores para caracterizar o topotipo de L. vinearum, sublinhando-se aqui, que foi a primeira vez que L. wicuolea foi reportada no nosso país".





 
 
 
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