Mudanças na atmosfera no período Covid-19
Évora investiga na Europa
A Universidade de Évora
(UÉ) é a única instituição portuguesa a integrar uma campanha
europeia desenvolvida pela ACTRIS, iniciativa panEuropa que produz
observações de alta qualidade de aerossóis, nuvens e gases
vestigiais.
Em nota enviada ao Ensino
Magazine, a instituição revela que neste momento a campanha estuda
"as mudanças na atmosfera durante o período de confinamento e de
restrições na circulação, nomeadamente de tráfego aéreo, que alguns
países foram sujeitos devido à COVID-19".
O grupo de investigadores da
infraestrutura europeia ACTRIS (Aerosol Clouds and Trace gases
Research Infrastructure), da qual a UÉ é a única parceira no nosso
país, iniciou a este mês e a nível europeu, uma campanha de
medições intensiva das propriedades óticas da atmosfera utilizando
em Évora o PAOLI (Portable Aerosol and Cloud Lidar), um instrumento
na UÉ desde 2009 por integrar a rede europeia EARLINET (European
Aerosol Research Lidar Network), que por sua vez participa nos
estudos efetuados pela ACTRIS.
Na mesma nota é referido que ao
longo do tempo a UÉ tem desenvolvido investigação no âmbito ACTRIS,
em 2014 como parceira associada, garantindo desta forma a
participação no projeto ACTRIS-PPP (Preparatory Phase Project,
2017-2019), passando no início de 2020 a "parceira regular" no
projecto ACTRIS/IMP (Implementation Phase) adquirindo desta forma
maior conhecimento e experiência neste tipo de investigação.
Citado na mesma nota, Daniele
Bortoli, investigador do Instituto de Ciências da Terra, pólo de
Évora envolvido desde o início na infraestrutura ACTRIS, lembra que
"a poluição do ar é ainda um grande problema para a saúde pública
na Europa e em muitos outros países do mundo".
O professor do Departamento de
Física da Escola de Ciências e Tecnologia da UÉ explica que "com
esta campanha europeia, que tem instalada em Évora um ponto de
medição, pretende-se "monitorar a estrutura da atmosfera durante o
período de confinamento a que estamos sujeitos e identificar
possíveis alterações devido à redução das emissões, em comparação
com a climatologia de aerossóis registados na Europa".
O investigador do Instituto de
Ciências da Terra (ICT), pólo da UÉ reconhece que nesta fase é
prematuro avançar com dados mais robustos.