Politécnicos fazem plano para regresso a aulas presenciais
O Conselho Coordenador dos
Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) está a delinear um plano
de regresso às atividades presenciais, no seguimento das
recomendações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior. O anuncio foi feito ao Ensino Magazine pelo próprio
CCISP, que explica que esse regresso "será gradual envolvendo,
nomeadamente, atividades letivas, de investigação e de serviços
I&D que não dispensem a realização de atividades presenciais, e
de provas de avaliação que, de outra forma, não são
exequíveis".
Na nota enviada ao Ensino Magazine, o CCISP acrescenta que "os
Politécnicos e as Escolas Politécnicas não integradas nunca pararam
as suas atividades letivas, passando-as para a distância, e que
demonstraram a importância de colocar o conhecimento ao serviço da
sociedade, trabalhando na produção de equipamentos de proteção
individual, desenvolvimento de ventiladores, produção de álcool-gel
e realização de ensaios de diagnóstico COVID-19, bem como apoio
voluntários a muitas instituições".
Pedro Dominguinhos, presidente do CCISP, considera que "uma vez
garantido o superior interesse de saúde e segurança dos estudantes,
docentes, investigadores e corpo técnico das instituições, deverão
as instituições, enquanto centros de Saber e Ciência, liderar a
retoma das atividades presenciais e delinear os seus planos
detalhados de reativação das mesmas, que deverá ocorrer de modo
faseado e em articulação com as autoridades da saúde".
Esta posição foi tomada após uma reunião entre o CCISP e o
ministro da tutela, Manuel Heitor, decorrida dia 22 de abril. Na
nota enviada à nossa publicação, o CCISP reitera "a centralidade
das atividades presenciais no ensino superior, quer pela natureza
específica de muitas atividades práticas e laboratoriais, como
ainda, pela relevância da relação pedagógica estudante/docente no
processo de ensino e aprendizagem".
Diz o mesmo documento que "às instituições de Ensino Superior
(IES) pertencentes ao CCISP é recomendada a equidade nas soluções
encontradas, quer para aos estudantes como para docentes,
investigadores e corpo técnico, seja nas condições de acesso ao
ensino a distância ou motivado pela origem geográfica dos
estudantes. Devem também ser garantidas as condições de
distanciamento social, higienização dos espaços e disponibilização
de equipamentos de proteção individual a todos os atores da
comunidade académica".
De acordo com o CCISP, "o regresso às atividades presenciais
privilegia as atividades dos finalistas, prático-laboratoriais e as
avaliações que sejam indispensáveis para conclusão dos cursos ou
unidades curriculares. Contudo, o ensino a distância continuará a
ser a norma até ao final do semestre letivo, em todas as restantes
atividades, incluindo avaliações em que seja possível a sua
concretização".
Nessa mesma nota, o Conselho Coordenador considera que "a resposta
dada pelo Ensino Superior ao atual momento de pandemia foi
determinante para a contenção da COVID-19 e um teste claro à
elasticidade, resiliência e capacidade de adaptação das IES, sendo
agora o momento oportuno para se ponderar a abertura das atividades
presenciais, de modo faseado e sempre respeitando a segurança e
saúde dos estudantes, docentes, investigadores e corpo técnico das
instituições, em estreita articulação com as autoridades de
saúde".
Citado no mesmo documento, Pedro Dominguinhos fala de "um momento
de afirmação do Ensino Superior, em particular das instituições de
Ensino Superior Politécnico, que nunca pararam as suas atividades
letivas e científicas para responder aos desafios que surgiram,
colocando-se na linha da frente para apoiar as suas comunidades
académicas e, simultaneamente, as regiões onde as instituições
estão inseridas".
A concluir o CCISP recorda que "para ultrapassar estes desafios,
as IES criaram novos modelos de trabalho, adaptaram os métodos
existentes e a oferta formativa presencial a um formato de ensino a
distância. Em termos globais, constata-se que o processo de
digitalização do Ensino Superior foi um sucesso evidente e
demonstrou a importância do ensino a distância, bem como a
relevância da integração das ferramentas e sistemas digitais na
ministração dos ciclos de estudos".