Universidade de Évora participa
Campanha nos oceanos
Uma equipa
portuguesa constituída por cientistas do IPMA, da Universidade de
Lisboa - Instituto Dom Luiz e da Universidade de Évora - Instituto
de Ciências da Terra e o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente
(Pedro Terrinha, João Duarte, Helena Adão, Luís Batista, Katarzyna
Sroczynska e Pedro Nogueira) está a participar numa campanha
oceanográfica internacional.
A bordo do navio
oceanográfico alemão Meteor, chefiada por Christian Hensen
do GEOMAR Helmholtz-Zentrum für Ozeanforschung, a equipa de
investigadores procura compreender as relações entre a
circulação de fluidos e a sismicidade, assim como as interacções
geosfera-biosfera-hidrosfera.
A área de estudo
localiza-se no Oceano Atlântico, ao longo de um segmento da
fonteira de placas Açores-Gibraltar conhecido como Falha de Glória.
O projecto é financiado pela agência alemã German Science
Foundation (DFG) e tem como objetivo principal compreender os
processos geológicos que medeiam a circulação de fluidos
subterrâneos no oceano profundo. De particular importância é a
compreensão das relações entre a circulação de fluidos e a
sismicidade, assim como entender as interacções
geosfera-biosfera-hidrosfera.
O segmento oriental da
fronteira de placas Açores-Gibraltar, a sudoeste da Península
Ibérica tem sido alvo de numerosos estudos de geologia e geofísica
marinha, nomeadamente no que diz respeito a processos tectónicos
geradores de grandes sismos e de tsunamis, como o de 1755 e de
1969.
A Falha da Glória corresponde ao
prolongamento para Oeste desta fronteira de placas, um segmento de
cerca de 900 km menos conhecido e cuja estrutura profunda anómala
foi descrita por cientistas portugueses e alemães (L. Batista nesta
equipa e outros). Foi na Falha da Gória que em 1941 teve origem o
sismo de maior magnitude instrumentalmente medido no Atlântico
Norte, Europa e África, com magnitude 8.4 na escala de Richter.