1ª Coluna

Geração na rede

João CarregaAs redes sociais tornaram-se num instrumento valioso para a organização de manifestações em todo o mundo, algumas delas com consequências concretas para a vida das populações, como aconteceu no Egipto. Há meia dúzia de anos o poder das mensagens de telemóvel (SMS's) levou a que em Espanha as sondagens se enganassem, e uma reunião de milhares de pessoas saísse às ruas nas vésperas das eleições legislativas.

Em Portugal, país democrático, onde a rede de ensino superior existente tem garantido a oportunidade dos seus jovens tirarem os seus cursos, promoveu-se um protesto em várias cidades lusitanas, denominado Geração à Rasca. Mais uma vez as redes sociais serviram de plataforma para a organização do evento. No protesto não surgiu uma gerança enrascada, mas várias gerações que decidiram manifestar-se, ordeiramente, contra aquilo que lhes ía na alma, sem qualquer alvo em particular, mas com muitas críticas para se fazerem ouvir.

A sociedade nunca foi tão exigente como agora. É importante que os jovens percebam isso. É importante que compreendam que as manifestações são válidas para demonstrar o seu descontentamento ou indignação, como também é importante o aparecimento de propostas, de ideias inovadoras, que consigam transformar as dificuldades em oportunidades.

As redes sociais podem ser um excelente instrumento para potenciar o empreendedorismo. Ao contrário do que sucedia há algumas décadas atrás, concluir-se um curso no ensino superior não significa emprego garantido. Mais, não significa, necessariamente, arranjar emprego na área de formação inicial. Da mesma forma entusiasta com que muitos estudantes, legitimamente, quiseram fazer ouvir a sua voz, também deveriam procurar eles próprios lançar ideias inovadoras de negócio, potenciando-as através do mundo virtual.

A questão do empreendedorismo tem merecido uma atenção especial por parte das instituições de ensino superior. Os institutos politécnicos apostam num concurso nacional, o Poliempreende e as universidades também têm promovido desafios semelhantes aos seus alunos e docentes. Os próprios currículos já incluem conteúdos de empreendedorismo. É claro que isso não é suficiente para resolver todos os problemas de que uma geração à rasca diz ser alvo. Mas vistas bem as coisas à rasca sempre estiveram todas as gerações, só que agora as mais novas estão melhor qualificadas, pelo que devem ser mais exigentes... até consigo próprias.

 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
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