Nuno Mangas, presidente do ipLeiria
Chinês é vantagem
"É
inegável a vantagem competitiva que conhecer a língua e cultura
chinesas traz hoje em dia, seja no mercado de trabalho seja na
realização de negócios". A ideia foi defendida por Nuno Mangas,
presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria), na
sessão de abertura do VIII Fórum Internacional de Sinologia, que
decorreu na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS)
do Instituto, a 21 e 22 de fevereiro. Com o tema China: Viajar no
Tempo e no Espaço, o encontro juntou especialistas portugueses,
chineses, belgas, espanhóis, sérvios, ingleses, checos, suecos,
escoceses, franceses, alemães, mexicanos, italianos e russos, que
dão a conhecer um pouco mais da história e cultura do Império do
Meio.
"O IP Leiria teve na área da
educação um papel precursor no relacionamento cultural com a China
- sendo que há sete anos, quando começámos a concretizar em ações o
interesse pela China, não era evidente para muitos a importância
que a China iria ter na política e na economia portuguesas. Desde
essa altura o IP Leiria tem feito um trabalho intenso no reforçar
das parcerias e relações na China, e temos dado resposta às
exigências da atualidade. Por um lado formamos tradutores que
respondam ao desenvolvimento crescente das relações económicas
entre a Europa, Portugal e os países lusófonos, e a China, e por
outro damos a conhecer a cultura chinesa em Leiria e em Portugal e
a portuguesa na China", frisou.
Destacando ainda a componente cada
vez mais comercial das relações entre Portugal e a China, Nuno
Mangas defendeu que "a crise que Portugal vive é seguramente uma
oportunidade para estreitar relações económicas e culturais com
este país milenar e com um mercado de enorme potencial",
acrescentando que "o reforço destas parcerias e da cooperação traz
maior entendimento, compreensão e confiança, que apenas poderão
reforçar laços - que são históricos - e potenciar negócios - não
podemos esquecer a importância que os chineses dão, nas suas
relações económicas, ao conhecimento que os seus parceiros têm da
sua língua e cultura. Paralelamente, a língua portuguesa é uma
língua internacional de negócios com importância e reconhecimento
cada vez maiores".
Já Luís Barbeiro, diretor da ESECS,
salientou o carácter inovador da licenciatura em Tradução e
Interpretação de Português/Chinês, Chinês/Português, iniciada em
2006 naquela Escola, que permite a mobilidade de estudantes e
docentes. Barbeiro salientou a vontade deste curso e dos seus
estudantes, que valorizam, mais do que a mera aprendizagem da
língua, a descoberta e a dimensão cultural. O responsável traçou o
caminho "continuar a abertura da ESECS com a comunidade sinóloga em
geral, na investigação, na cultura e no empreendedorismo e relações
económicas e empresariais".
Huang Songfu, embaixador da
República Popular da China em Portugal, defendeu também a
importância da dimensão cultural e aproveitou para realçar alguns
aspetos da China atual, que é a "segunda potência económica
mundial, com um papel cada vez mais importante no cenário
internacional, que cresceu 7,8% em 2012, e, em média, 10,8% na
última década".
Luís Brites Pereira, secretário de
Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, definiu o Fórum
como "de máximo relevo, uma oportunidade", relembrando a
transferência da administração de Macau para o governo chinês, "um
exemplo da relação de confiança entre os dois países. Portugal dá a
máxima importância à China, no domínio económico", realçou, dando
como exemplos a privatização da EDP e da REN, assegurando que
"estamos empenhados no relacionamento com a China, numa lógica de
benefício mútuo nas relações empresariais", tal como referido pelo
embaixador.