A XVIII edição das Jornadas da Comunicação começou com um filme e uma breve apresentação sobre o tema em debate "O futuro do jornalismo especializado", no primeiro de três dias do evento. Fernando Zamith, docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, afirmou que o jornalista está cada vez mais multifacetado, ou seja vê o seu trabalho mais generalizado, e que, aos poucos, vai deixando a especialização em determinadas áreas. O professor e, também, jornalista referiu ainda que os espetadores têm informação necessária para escolherem o tipo de jornalismo que preferem ler, ver e ouvir, havendo, então, um vasto cardápio, que o próprio denominou de "jornalismo à la carte".

Os quatro convidados do painel contaram as aventuras pelas quais, como jornalistas, tiveram de passar. Contaram como é ir "às cegas" para o terreno, sem saber do que o tema se tratará. Várias foram as histórias que, principalmente as duas jornalistas convidadas da SIC, Joana Latino e Teresa Conceição, narraram, visto que são jornalistas que não se prendem apenas ao "conforto da redação", expressão utilizada pelas mesmas.

Joana Santos, aluna moderadora do debate, interrogou os seus convidados sobre a importância, ou não, da necessidade da especialização no jornalismo, à qual Isabel Santos, jornalista na TVI e juntamente especialista na área da economia, replica que "é preciso questionar e saber sempre mais, ou seja, é importante ser especialista".

Esta edição das Jornadas da Comunicação decorreu entre os dias 18 e 20 março no auditório da Escola Superior de Educação de Portalegre (ESEP).

Do programa do evento, que foi organizado pelos estudantes de Jornalismo e Comunicação da ESEP, fez parte um leque de debates que abrangeu as áreas do jornalismo, das relações públicas e da publicidade, e que contou com representantes de diversos órgãos de comunicação social como a SIC, TVI ou Público e de agências de publicidade como é o caso da McCann.

"As relações entre jornalistas locais e jornalistas nacionais" e "O papel do jornalista numa situação de risco", que contou com as presenças de José Milhazes, José Manuel Rosendo e Aurélio Faria, foram dois dos debates direcionados para o campo do jornalismo. Já em relação à publicidade, a organização do evento escolheu para este ano discutir "Até que ponto a publicidade é invasiva?". A forma como o grafismo e o design influenciam o sucesso de uma publicação foi outro dos temas em discussão.