1ª Coluna

Primeira coluna
O último fecha a porta…

IMG_1620.jpgA estratégia não é nova. A demografia, a diminuição de candidatos ao ensino superior (no último concurso houve uma ligeira inversão, que no entanto dificilmente se manterá) e o facto de uma grande maioria dos jovens que terminaram o ensino secundário não prosseguir estudos, faz com que universidades e politécnicos procurem novos públicos.
Muitas instituições de ensino superior seguem essa política há já alguns anos, no sentido de captar alunos internacionais, seja para o primeiro ciclo ou para as pós-graduações como mestrados e doutoramentos. A lusofonia tem sido a grande aposta, com o Brasil e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop's) a merecerem especial atenção. Também a China, através de Macau, é vista como uma oportunidade.
O caminho, como comecei por referir, não é novo, mas veio novamente à agenda mediática devido às declarações do Ministro da Ciência e do Ensino Superior. Manuel Heitor lembrou que "acolher estudantes estrangeiros é importante para o desenvolvimento científico e académico português". Mas mais do que isso pode ser um modo de sobrevivência de algumas instituições. Sobretudo para aquelas que no interior do país sofrem a bom sofrer a quebra da natalidade e a desertificação. A captação de estudantes internacionais tem merecido especial atenção das universidades e politécnicos. Há já muitos anos que o Ensino Magazine percebeu essa oportunidade, alargando a sua área de intervenção nos Palop's, no Brasil e em Macau, com a distribuição da nossa publicação e a elaboração de acordos de parceria. Afinal o caminho não poderia ser outro. Em boa hora o fizemos, abrindo também portas à relação institucional entre as universidades e politécnicos desses países e os de cá.
Todas estas são questões complexas, exigem coragem política (para já o Governo anunciou a diminuição de vagas no 1º ciclo de formação superior em Lisboa e no Porto) e capacidade de intervenção dos presidentes dos politécnicos e dos reitores das universidades. Para além de captar alunos lá fora, importa dizer aos jovens portugueses que acabam o ensino secundário que o ensino superior é o melhor caminho para um futuro melhor, com vencimentos superiores e oportunidades acrescidas. Também aqui o Ensino Magazine estará na linha da frente dessa causa, que deve ser vista como decisiva para o desenvolvimento do país e para o futuro de todos. Não nos conformamos com a ideia de que há licenciados, mestres ou doutores a mais. Isso é falso e quem pensa desse modo, fá-lo por pequenez e por pensar que já chega. Tal como no futebol, em que temos o melhor do mundo, também na ciência e na educação temos dos melhores, o que demonstra a nossa capacidade de nos superarmos. Chegou a hora de mudar de paradigma e dizer a todos que hoje não há desculpas para não se prosseguir estudos. Há capacidade instalada. Boas escolas. Bons professores. E, acima de tudo, um país a necessitar de mais qualificação para que no final da história ninguém tenha que fechar a porta…

 
 
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