Entrevista

Mónica Ferraz em entrevista
“É no palco que mais gosto de estar”

324646_303821772964570_1721755088_o.jpgMónica Ferraz está de volta aos palcos, para promover o novo álbum, «Love». O segundo álbum a solo da ex-vocalista dos Mesa retrata as vivências proporcionadas por uma grande digressão nacional e pela maternidade.

A edição do novo «Love» culminou um ano em cheio.

Foi um ano extremamente positivo. Eu vinha de uma digressão muito intensa. Foi durante esta tour que nasceu o «Love». Foi um ano cheio de concertos, fui mãe e editei o meu disco.

Agora tem percorrido o país a divulgar este sucessor do seu disco de estreia. É uma digressão com datas de norte a sul do país?

Espero que sim. Espero que corra tão bem ou melhor do que correu a digressão do «Start Stop». A recetividade desse primeiro disco a solo foi muito boa. Houve salas cheias pelo pais fora, toda a gente a cantar as minhas músicas.

Sentiu maiores responsabilidades neste segundo álbum?

Costuma dizer-se que o segundo disco é sempre um bocadinho mais difícil do que o primeiro. Criámos um público que nos aceitou e que tem expetativas do que fazemos - isso acrescenta algum peso. Ainda assim não sou pessoa de me preocupar muito com isso. Até por isso, este disco demorou algum tempo a sair. Gosto de ter tempo para fazer as coisas. Fui compondo durante a digressão e este é o resultado das várias vivências e experiências que tive nesse período. É um disco bem relaxado, com mais maturidade e maior experiência pessoal e musical.

A produção do álbum tem a assinatura de André Indiana, tal como aconteceu no disco de estreia. Mas a Mónica participa na composição e nas letras. Criar este trabalho foi uma aventura interessante?

O primeiro disco é todo escrito por mim, letra e música, com o André a fazer a produção. Neste disco continuei como compositora e letrista, mas tive o apoio do André nessa área. Era impossível não ir buscar o André, porque é um produtor e músico brilhante. Encaixamos muito bem na realização de discos e essa cumplicidade é necessária num estúdio.

O álbum é contagiante, com ritmos bastante diversificados: jazz, rock, música eletrónica, funk e também uma grande balada. A digressão foi importante na inspiração para esta variedade de ritmos?

Este disco é um bocadinho o reflexo de tudo aquilo de que eu gosto, aquilo que ouço e as minhas vivências. Comecei por cantar jazz, portanto esse é um pilar no meu percurso musical. Depois, ouço funk, soul música eletrónica. É pôr tudo num "shaker" e misturar à minha maneira. Curioso é que as pessoas já identificam o meu som. As minhas músicas não passam despercebidas porque já há uma identidade. Se calhar tudo passa pela forma como coloco aquilo de que gosto nos meus temas.

Há planos para edição de um novo single?

Não consigo estar quieta, portanto, tenho de estar sempre fazer coisas novas. Acho que é importante dar a conhecer o meu trabalho. No início foi bastante difícil chegar às pessoas, porque muitas pensavam que era o trabalho de uma americana. Achavam que era uma americana a cantar. Neste momento quero pegar nas minhas músicas e dar a conhecê-las ao máximo. Se pudesse ter 4 ou 5 singles a rodar nas rádios, fazia isso.

Este álbum tem o selo de uma multinacional. Vai ser editado no mercado discográfico internacional?

Há essa possibilidade. Ainda estamos em negociações, mas espero que este trabalho chegue bem longe. Neste momento estou mais focada em dar a conhecer o trabalho no meu país. Ainda não passei por todo o lado e há muita gente que ainda não conhece as músicas. Quero primeiro conquistar o meu país e, depois, preocupar-me com o mercado internacional.

A Mónica participou numa versão de "Sorri Sou Rei", um tema bem conhecido do grupo brasileiro Natiruts. Há algum tema de que gostasse de fazer uma gravação?

Talvez. Por exemplo, gosto bastante do Ed Motta. Acho-o um artista brilhante, que também tem o seu lado jazz, soul e funk. Se calhar era interessante pegar num artista brasileiro e transportá-lo para as minhas criações.

Nos últimos tempos a musica eletrónica tem ganho muito terreno no mercado mundial. Se fosse convidada por um DJ de dimensão mundial para uma colaboração, aceitaria o desafio?

Acho interessante, até porque gosto muito de música eletrónica. Tenho um apontamento ou outro de eletrónica no meu disco, normalmente da minha autoria. Há duas ou três músicas no meu disco que poderiam ficar bastante interessantes se um DJ as remisturasse e as levasse para as grandes pistas.

Muita vontade de mostrar as novas músicas ao vivo?

Costumo intitular-me um "bichinho de palco". Sou bastante tímida. Por exemplo, esta conversa é para mim mais difícil do que estar num palco (risos). Eu estou mesmo bem é num palco. Aí não há vergonha, não há timidez - só a música. É no palco que mais gosto de estar.

 
 
 
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