Navegar, navegar...
Navegar no rio Tejo, em pleno Parque do Tejo
Internacional, constitui uma óptima oportunidade para a observação
da fauna e flora existente naquele território classificado. Desde o
passado dia 15 de Março que já é possível fazer um percurso que
liga Espanha a Portugal pelo maior rio que atravessa o nosso país.
A partir da povoação espanhola de Santiago (na outra margem surge
a portuguesa Malpica do Tejo), é possível ir até à Barragem
de Cedillo.
Mas a aposta dos municípios
portugueses e espanhóis é que o barco navegue também no Rio Ponsul,
perto de Castelo Branco, no âmbito do Programa de Cooperação
Transfronteiriça, que envolve municípios de Portugal e Espanha.
O autarca albicastrense, Joaquim
Morão, marcou presença na viagem inaugural do barco e assegura que
"os operadores turísticos querem utilizar o Rio Ponsul". Joaquim
Morão diz que na margem portuguesa irão ser feitos os acessos e
cais de embarque, quer na zona de Malpica do Tejo, quer nos
Lentiscais.
Neste momento o barco parte apenas
de Espanha, em Santiago, passa por Herrera e Cedillo, mas quando o
cais e os acessos estiverem concluídos na freguesia de Malpica do
Tejo (que se situa na margem oposta onde actualmente parte o barco)
e na povoação de Lentiscais, será possível embarcar no lado
português.
A colocação do barco no Rio Tejo é
um dos objectivos do programa de Cooperação Transfronteiriça, em
Junho de 2008 entre os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova,
Vila Velha de Ródão, Penamacor, Portalegre, Gavião, Nisa, Marvão e
Castelo de Vide (do lado português) e a Deputación de Cáceres
(chefe de fila de toda a candidatura) e diversos organismos da
Junta da Extremadura espanhola.
O investimento global do projecto é
de 9 milhões 790 mil euros, e pretende dinamizar o Tejo
Internacional e torná-lo navegável para fins turísticos, num
programa que terminará em 2013. Na aquisição do barco foram
investidos 500 mil euros.
O Programa de Cooperação
Transfronteiriça é visto pelos responsáveis espanhóis e portugueses
como uma oportunidade de ouro para que a zona do Tejo Internacional
seja valorizada do ponto de vista turístico, económico e da
preservação ambiental.
Esse programa pressupõe que as
autarquias do distrito de Castelo Branco invistam cerca de dois
milhões 690 mil euros, sendo mais de dois milhões provenientes de
fundos Feder (europeus). "Este projecto pretende contribuir para a
valorização dos recursos naturais, culturais e históricos, e
promover o desenvolvimento social e económico no espaço fronteiriço
demarcado pelo Tejo Internacional", refere o acordo.