Gente e livros
William S. Burroughs
William S. Burroughs,
escritor norte-americano, é uma das figuras mais influentes da
contracultura do século XX.
Ligado à prosa experimental e às
experiências com alucinogénios, é um principais escritores da
chamada geração "Beat" (ou "beatnik"), que nos anos 1950 inaugurou
uma nova maneira de escrever. Burroughs, em particular, popularizou
a técnica do "cut up", inventada por Brion Gysin.
Nasceu em 1914, em St. Louis,
Missouri, nos Estados Unidos. O seu pai foi fundador da Burroughs
Adding Machine Co. e o seu avô foi inventor do mecanismo da
calculadora.
Criado no seio de uma família
endinheirada, Burroughs estudou em várias escolas privadas do sul e
do oeste norte-americano antes de matricular-se em Harvard onde, em
1936, obtém o curso de Literatura Inglesa. Seguem-se anos de
estudos de medicina em Viena, Áustria, e de antropologia em
Harvard.
Na década de 1940 mudou-se para Nova
Iorque, onde iniciou a sua carreira literária e tornou-se amigos de
Jack Kerouac e Allen Ginsberg, entre outros escritores "beat".
Em 1951, matou acidentalmente, com
arma de fogo, a mulher com quem era casado, "ao fazer o número de
um Guilherme Tell bêbado", descreve a Quetzal, sua editora em
Portugal. O episódio, segundo Burroughs, determinou a sua carreira
como escritor.
Viciado em diversas drogas, e tendo
chegado a traficar narcóticos (e sido preso por isso), escreveu os
romances autobiográficos "Junky" (1953, publicado sob o pseudónimo
William Lee), em que explora as suas experiências com a heroína,
"Queer/Bicha", escrito na primeira metade da década de 50, mas
publicado apenas em 1985), sobre a homossexualidade, e "Naked
Lunch/Festim Nu", radical nas inovações estilísticas e publicado
primeiramente em França, em 1959.
"As Cartas de Yage", de 1963, incide
sobre a correspondência mantida com Ginsberg enquanto Burroughs
viajava pela América do Sul na busca do yage, também conhecido como
ayahuasca.
Após uma temporada na Europa,
Burroughs voltou para Nova York no início da década de 1970, onde
passou a lecionar e conviver com intelectuais e artistas como Andy
Warhol e Susan Sontag.
Na década de 1980, quando escreve a
trilogia "Noite Vermelha", era já visto como um nome incontornável
da contracultura, pela sua obra e personalidade.
No final da vida, mudou-se para
Lawrence, no Kansas, onde viria a morrer, em agosto de 1997.