Debate da educação está contagiado por aspetos sindicais e ideológicos
Antes de falecer, em agosto do ano passado, Alexandre
Soares dos Santos falou deste projeto - o Iniciativa Educação -
como um dos seus últimos desejos em vida. Das várias conversas que
teve com o presidente do Grupo Jerónimo Martins, o que é que ele
lhe pediu, em concreto, quando o convidou para a
presidência?
Era uma grande preocupação do senhor Alexandre Soares dos Santos
fazer algo pela Educação. Anteriormente, já tinha sido criada a
Fundação Francisco Manuel dos Santos - que se destina a estudar a
realidade portuguesa -, a família tinha adquirido o Oceanário e
criado a Fundação Oceano Azul, muito virada para o contexto
ambiental. E na sua ideia, faltava uma componente que ele e a
família sempre consideraram essencial: a Educação. Alexandre Soares
dos Santos sempre apostou na Educação e sempre acreditou que era a
partir dela que podíamos melhorar o país. Tivemos muitas conversas
nos últimos tempos sobre a possibilidade de criarmos uma fundação
para a Educação com uma intervenção muito localizada e prática que
permitisse um impacto real. Após ter abandonado o governo, estive
em Itália durante alguns anos, como investigador num centro de
investigação europeu e ele muitas vezes me pediu para regressar com
rapidez para concretizar este projeto.
Em que princípios básicos assenta a Iniciativa
Educação?
Sem qualquer ordem de prioridade, comecemos pela avaliação. Tudo
aquilo em que nos metermos tem de ter uma avaliação. Aliás, o
senhor Alexandre Soares dos Santos não se cansava de repetir:
«Nuno, no fim, temos de avaliar e verificar se funcionou.» E
avaliar em função daquilo que é essencial, que é a formação e a
qualificação real dos jovens. A Educação é um mundo e não
pretendemos substituir-nos ao Estado, às escolas ou à sociedade
civil. Queremos ajudar no que pudermos, desenvolvendo projetos
exemplares com programas que funcionem e que ajudem a catalisar
esforços de uma série de entidades. Quando mantenho contactos com
as câmaras municipais ou empresas, noto que existe uma grande
vontade de ajudar a Educação. Mas ao mesmo tempo não escondem o seu
cansaço por projetos sem resultados práticos. O senhor Alexandre
Soares dos Santos frisava que o que quer que fosse feito tinha de
ter real impacto na Educação, impacto que se avaliasse. É aqui que
deriva o segundo princípio: dirigir-nos ao essencial da Educação.
Presumo que é aqui que entram os três pilares que
sustentam a Iniciativa Educação. É correto?
Sim, são a leitura (AaZ - Ler Melhor, Saber Mais), a formação
profissional (Ser Pro) e o site científico (ED_ON). O
primeiro pilar, o da leitura, destina-se a ajudar os jovens do
primeiro e segundo ano, que têm dificuldades extremas de leitura a
conseguir colmatar essas lacunas. O segundo pilar, assenta na
formação profissional dos jovens e o que se passa é que detetamos
que os jovens entre os 15 e os 16 anos de idade, quando estão na
transição do básico para o secundário, têm muitas vezes
dificuldades em ter confiança no futuro. Porquê? Porque não sabem
se o que estão a estudar lhes vai ser útil. Uns anseiam por um
ensino mais prático, enquanto outros querem ter uma perspetiva
clara de emprego. E a formação profissional é, desde que bem feita,
a solução para muitos jovens, no momento, permitindo terminar o
ensino obrigatório com uma profissão. Finalmente, o "ED_ON", que é
um magazine online de informação científica sobre o que está a ser
discutido de base científica na Educação. Ou seja, não entramos em
polémicas ou em questões religiosas, sindicais, políticas ou
partidárias. De forma alguma. Neste site divulgamos informação e
investigação científica recente ou que está a ser produzida,
devidamente tratada e explicada de forma acessível ao grande
público. Temos artigos de grandes especialistas nacionais que
traduzem conclusões no âmbito da psicologia cognitiva e da economia
da Educação e com interesse não apenas para as pessoas do setor,
mas para um público mais alargado.
As deficiências na leitura e no domínio das
qualificações continuam a ser problemas centrais e
estruturais?
Contamos com a colaboração de um grande especialista nesta área
da leitura que é o professor João Lopes da Universidade do Minho e
sabemos, a partir de experiências internacionais, que há
metodologias de ataque ao problema e ajuda aos jovens que são mais
eficazes que outras. No domínio da qualificação profissional, temos
a ajuda da professora Isabel Hormigo, uma docente muito experiente
no ensino obrigatório, em todas as vertentes, e que está a
colaborar para ajudar esses jovens a encontrar uma saída
profissional e, ao mesmo tempo, a contribuir para desenvolver as
regiões onde residem. As empresas precisam de jovens qualificados e
a escola precisa de atrair jovens para formá-los, tendo em vista o
futuro. E muitas vezes o que se passa é um desfasamento entre o que
é necessário e o que se oferece, entre o que os jovens pedem, as
empresas querem e a escola fornece. O papel da Iniciativa Educação
é ser o catalisador de vontades entre as escolas e as empresas, com
o apoio dos politécnicos e das câmaras municipais.
Estamos em pleno processo de descentralização de
competências para as autarquias. Isso facilita, de alguma forma, o
vosso trabalho?
Sim. Verificamos que as autarquias estão muito interessadas em
ajudar o ensino na sua região e gostariam de o fazer da melhor
maneira. Por isso, acolhem muito bem a perspetiva de terem um apoio
de diagnóstico e de soluções que as ajudem a desenvolver cursos
profissionais mais adaptados à realidade local e ao que é
necessário para o desenvolvimento das suas regiões.
Em quantas escolas é que se encontra o
projeto?
Nos dois programas que estamos a desenvolver, à data de 22 de
fevereiro, estamos presentes em 33 escolas, no total.
Particularizando, em Gondomar, Lagoa, Lisboa, Loures, Salvaterra de
Magos, Seia, Setúbal, Sousel e na Região Autónoma dos Açores, nas
ilhas de São Miguel e Santa Maria.
E como é que uma escola que pretenda pode participar
neste projeto?
Queremos alargar este projeto, mas não temos ilusões que ele
chegue a todas as escolas do país. O que pretendemos é dar uma
ajuda na conjugação de vontades, explicar metodologias científicas
eficazes na aprendizagem da leitura e posteriormente que as escolas
se apropriem destes métodos e que melhorem o desempenho dos
alunos.
Disse na apresentação do projeto, em outubro, que
podíamos estar na presença de uma «pequena revolução.» A estrutura
financeira do projeto surge de mãos dadas com uma sólida ideia do
que se pretende?
Para começar, senti que este projeto tinha um caminho bem
definido. Muitas vezes o que as pessoas - nomeadamente alguns
governantes, e não só em Portugal - fazem relativamente a este
setor é pensar que basta alocar mais dinheiro para resolver os
problemas. Os fundos podem ser úteis, mas se soubermos o que vamos
fazer com eles. Os Estados Unidos, ao longo dos últimos 20 anos,
multiplicaram por 10 o investimento por aluno em Educação e os
resultados mantiveram-se constantes. Ou seja, mesmo com mais e mais
dinheiro na Educação, não conseguiram melhorar os seus resultados.
Comparemos, por exemplo, o Luxemburgo com Portugal. Tendo já em
conta a paridade do poder de compra, o Luxemburgo põe três vezes
mais dinheiro na Educação do que nós e apresenta resultados piores.
Quer isto dizer que o dinheiro não basta.
É preciso mais estratégia?
O dinheiro é necessário, sobretudo, numa fase inicial. Mas não
chega. É preciso um novo paradigma. Por isso, e voltando à
Iniciativa Educação, o que eu senti da parte do senhor Soares dos
Santos foi a vontade de ajudar a fazer melhor e despertar as
pessoas a fazer melhor.
A Iniciativa Educação pode ser um laboratório de
ideias?
Um laboratório de ideias é algo muito ambicioso; não estamos a
fazer experiências com jovens. Não nos queremos substituir a um
laboratório de investigação ou a um centro de investigação
científico. Trata-se de uma transposição de ideias que já estão
muito solidificadas na comunidade científica internacional e que
têm uma aplicabilidade provada. Por exemplo, o método de leitura
que está a ser utilizado é recomendado pelas pessoas que estudam
cientificamente a leitura. Tantos por psicólogos cognitivos,
neurologistas, pedagogos, etc. E o objetivo é ajudar que os jovens
progridam, de forma mais unânime e rápida, na leitura.
O défice na leitura significa que tem existido pouca
atenção do sistema educativo?
O problema é internacional. A Europa está numa situação
semelhante à nossa e Portugal está um pouco melhor do que a média
europeia. Os próprios Estados Unidos estão praticamente a par
connosco. Ou seja, mesmo nos países mais desenvolvidos, cerca de um
quinto dos jovens têm dificuldades extremas de leitura. Isto é
inaceitável para qualquer sociedade que queira progredir. O que se
sabe é que quanto mais cedo se atuar, mais cedo se obterão
resultados e mais rapidamente os jovens vão recuperar o atraso.
Esse esforço está a ser feito?
Nem sempre. Em primeiro lugar, a Educação tem sido encarada um
pouco de forma maniqueísta. Dito de outra maneira: ou fazem todos,
ou não faz nenhum. Nem todos compreendem que em certos momentos da
educação dos jovens é indispensável dar um apoio especial a alguns.
Isto não significa dividir os jovens em linhas diferentes de
aprendizagem, conforme a suas capacidades. O que é preciso é
garantir que todos os jovens adquiram as bases mínimas na idade
própria. E a idade própria para a alfabetização são os 5, 6 e 7
anos. Não se pode deixar ninguém para trás. E em Portugal, e também
no mundo de uma forma global, não formatamos a Educação para a
ideia que todos têm de avançar e em certas alturas é preciso
dispensar uma atenção especial aos que têm mais dificuldades.
É voz corrente que os alunos do secundário apresentam
dificuldades de análise, reflexão e a resolução de problemas. Uma
melhoria dos níveis de leitura iria atenuar dificuldades
estruturais ao nível do ensino?
Sem dúvida. Os próprios professores universitários queixam-se,
por vezes, que os seus alunos demonstram dificuldades na
interpretação de textos. Isto quer dizer que a leitura é
fundamental. Mas é fundamental que os jovens não se atrasem neste
campo quando frequentam o 1.º ou 2.º ano de escolaridade.
O atraso pode ser irrecuperável?
Vão ter um desfasamento em relação aos seus colegas durante
muitos anos, e esse desfasamento, muitas vezes acentua-se.
Ter uma maior capacidade de leitura significa mais capacidade de
adquirir vocabulário, maior capacidade de adquirir conceitos e tudo
isso resulta num desenvolvimento cognitivo da pessoa que cresce se
ela tiver essa fluência de leitura. A capacidade de leitura é
estruturante, é a base da Educação. Se esta base for consistente,
estamos a ajudar todos.
Os telemóveis, os tablets e outros aparelhos digitais
não são inimigos deste objetivo?
Há muitos estudos que se debruçaram sobre o impacto dos
aparelhos digitais na leitura. A maioria das investigações aponta
na mesma direção: na altura da aprendizagem inicial da leitura (1.º
e 2º ano de escolaridade) é fundamental o papel e o lápis para
desenvolver a motricidade fina dos jovens, para serem capazes de
escrever, para esta associação entre a escrita e a leitura, a
associação entre os símbolos e a sua execução. Além disso, a
leitura em papel deixa uma impressão mais profunda do que a leitura
nos aparelhos digitais.
As investigações dizem que no âmbito do estudo o papel é o mais
indicado. Contudo, em idades superiores as coisas são diferentes.
Eu, por exemplo, leio muito mais em plataformas digitais do que em
papel. Praticamente já não leio romances em papel…
Vivemos na era da informação. Há excesso de informação e
défice de conhecimento?
Nunca acho que exista demasiada informação. O que talvez possa
existir é a necessidade de obter maior conhecimento sobre as coisas
e sobre o que nos rodeia.
Escreveu em dezembro um artigo no "Público" intitulado
«A educação numa encruzilhada?», sobre os resultados do PISA em que
sublinha que estagnámos nos dados relativos a 2018. E, passo a
citar, «se seguirmos o caminho da Finlândia, iremos por mau
caminho, isto no seguimento de anos de franco progresso.» Estamos a
decalcar o caminho do país nórdico?
Não seria tão taxativo. Mas se olharmos para o PISA, que é o
melhor avaliador internacional dos conhecimentos e capacidades dos
jovens de 15 anos de idade, vemos que há países que têm subido e
outros têm descido. A Finlândia tem descido sistematicamente desde
2004 e era apontada como um exemplo.
E que erros cometeu a Finlândia para iniciar essa
trajetória?
Na minha opinião, e também na de vários estudiosos, a Finlândia
começou, progressivamente, a enveredar por um ensino menos
estruturado que contribuiu para que os resultados fossem decaindo.
Com Portugal, passou-se exatamente o contrário. Desde 2002/2003
para cá, temos dado sistematicamente maior atenção aos resultados e
a melhor estruturação do ensino teve como corolário a subida no
ranking. Atingimos os melhores resultados internacionais de sempre,
em 2015. Este foi o ano de ouro português em termos de avaliações
internacionais.
De 2015 até 2018 regredimos…
Verificou-se uma estagnação. O meu receio é que se enveredarmos
definitivamente por um caminho de flexibilização curricular, de
menor atenção aos resultados, de menor avaliação e de
desestruturação do currículo sigamos o caminho da Finlândia e
comecemos a decair.
No caso finlandês também critica a proliferação de uma
lógica de «mais felicidade» no ensino. O que é que quer dizer com
isso?
Estes projetos são apresentados como se as crianças fossem mais
felizes se a escola tivesse um perfil mais desestruturado. Julgo
que isso é falso. As crianças são felizes se tiverem sucesso nas
atividades que são propostas. Considero um erro pensar-se que as
crianças vão ter felicidade à custa de comprometer o seu
futuro.
Sobre o plano de não retenção no ensino básico afirmou
ser «um bom objetivo». Não corremos o risco de estar num dilema:
ser pouco exigentes se facilitamos as aprovações e ser muito
exigentes se dificultamos as aprovações?
O dilema está mal colocado. O meio termo é sermos exigentes e ao
mesmo tempo ajudarmos os que precisam a passar. Ou seja, se
tivermos como objetivo que ninguém reprova, esse é um objetivo
fácil de conseguir administrativamente. O nosso objetivo deve ser
que ninguém reprove, assegurando que todos adquirem os
conhecimentos e capacidades necessárias. Em suma, a retenção deve
ser evitada a todo o custo, mas garantindo que os estudantes
estejam preparados. Não reprovar tem de estar associado a saber. É
uma ideia muito simples, mas lamento que não entre na cabeça de
algumas pessoas e governantes, portugueses e estrangeiros, deixe-me
sublinhar.
A escola nos dias de hoje funciona mais ou menos como um
«elevador social»?
Não tenho números que me permitam tirar esse tipo de conclusões.
Mas tenho a convicção que se a escola deixar de ser exigente e
ambiciosa não pode ser um bom «elevador social». Como em quase
tudo, os mais prejudicados são os que mais carências
sócio-económicas denotam. Para estes, a escola é quase o único
recurso e devíamos pensar muito neles. Por seu turno, os filhos dos
mais abastados dispõem de uma série de recursos, desde os
explicadores, colégios privados, o contexto social envolvente,
etc.
O debate sobre Educação em Portugal continua muito
contaminado por excesso de ideologia?
O debate sobre Educação, em Portugal e na Europa, está
contaminado por dois aspetos: sindicais e ideológicos. Ambos são
importantes, mas a Educação é muito mais. A progressão na carreira
dos professores, por exemplo, é um problema muito importante, mas
saber se os alunos estão a ser mais bem formados e a adquirir mais
conhecimentos na escola é que me parece ser a questão central e
essa, infelizmente, encontra-se muito ausente do debate político e
sobre a Educação.
Segundo dados recentes vindos a público, 1 por cento dos
professores em funções tem menos de 30 anos. Foi por isto que
deixou o alerta ao atual governo para ter atenção aos docentes que
teremos dentro de uma década?
Julgo que o principal problema daqui a 5/10 anos não será a
falta de professores, mas sim a falta de professores
suficientemente bem preparados e com qualificações reais. E esse
parece-me um problema grave. Com o passar dos anos vai ser feita
uma renovação quase total do corpo docente e tenho dúvidas que a
maior parte dos novos recrutamentos seja a mais bem preparada para
ensinar os nossos jovens.
Em que argumentos sustenta essa afirmação?
Temo que o processo de formação, seleção e promoção na carreira
dos professores não esteja a ser o mais indicado. Por isso, digo
que este é o problema central da Educação em Portugal no médio
prazo.
A aparente desmotivação de muitos docentes pelo sistema
de ensino não é outro problema?
Não é o problema essencial, a maior parte dos concursos que se
abre são preenchidos. Não temos, em geral, falta de pessoas. O
problema reside na dificuldade do sistema de encontrar, selecionar
e formar aqueles que estejam mais capacitados para ensinar os
nossos jovens.
Permita-me recuar até 2006 quando escreveu o seu best
seller «O "eduquês" em discurso direto». 14 anos depois o "eduquês"
continua a condicionar o sistema educativo?
Em grande parte, sim. E até mais em alguns aspetos. O conjunto
de ideias que critiquei nesse livro - nomeadamente o desprezo pelo
conhecimento - continua atual. E no discurso educativo de vários
agentes do setor está muito enraizada a ideia de falar de assuntos,
que não este: o conhecimento.
Nunca como agora se falou que o sistema democrático em
que vivemos se encontra ameaçado. Que papel pode a educação no
combate aos inimigos da sociedade aberta?
Em primeiro lugar, garantindo que os jovens conhecem o mundo que
os rodeia, conhecem e respeitam a ciência, a história e a
geografia, sendo estas e outras temáticas essenciais para a sua
formação. Depois, tendo uma formação cívica, através do exemplo e
não só, que lhes permita respeitar os outros e as suas ideias, e
valorizar a vivência numa sociedade livre. Não devemos nunca dar
por adquirida a democracia, a paz e o estilo de vida relativamente
confortável da nossa geração. São conquistas que podem retroceder.
Por isso, é preciso estar sempre vigilantes.
A CARA DA NOTÍCIA
Professor, ministro e comendador
Nuno Crato nasceu em Lisboa, a 9 de
março de 1952. Foi ministro da Educação e Ciência, entre 2011 e
2015. Matemático de formação, presidiu à Sociedade Portuguesa de
Matemática, entre 2004 e 2010, e promoveu uma intensa atividade no
âmbito da divulgação científica. A Sociedade Europeia de
Matemáticaatribuiu-lhe em 2003 o primeiro prémio do concurso Public
Awareness of Mathematics pelo seu trabalho de divulgação. A União
Europeia atribuiu-lhe em 2008 um European Science Award na
categoria de Science Communicator of the Year. Seguiu as pisadas
dos pais, ambos professores, e deu aulas no ensino secundário,
tendo chegado a catedrático de Matemática e Estatística no ISEG.
Foi Pró-Reitor da Universidade Técnica de Lisboa para a cultura
científica. Integrou o Conselho Científico da Fundação Francisco
Manuel dos Santos (FMS) desde a sua fundação e diretor para a área
da Educação. Preside desde outubro à Iniciativa Educação, o último
projeto da FMS idealizado por Alexandre Soares dos Santos, antes de
falecer. A 6 de junho de 2008 foi agraciado pelo Presidente da
República com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique,
tendo sido elevado a Grã-Cruz da mesma Ordem a 12 de fevereiro de
2016.
Nuno Dias da Silva
Jornalista
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