centro ciência viva da floresta em Proença-a-nova
A hora do reconhecimento
Não se pode descrever Proença-a-Nova ou
pensar o seu futuro sem passar pela floresta, que ocupa boa parte
do território e durante anos foi muito relevante para a economia
local. A proximidade da natureza é uma mais-valia do concelho, que
tem conseguido preservar os sabores tradicionais e os diferentes
cheiros emanados da paisagem diversificada.
A importância económica, social e
ambiental da floresta nacional é fácil de mensurar: basta olhar
para os números do emprego que cria, para o peso de 13% nas
exportações nacionais e para os benefícios ambientais que nos dá.
Sabemos bem o que a floresta tem feito pelo país, mas a terminar
2011, proclamado pela ONU como Ano Internacional das Florestas,
talvez seja legítimo questionarmos o que tem o país feito pela
floresta.
Não têm faltado debates e reflexões
sobre o despovoamento e a desertificação, mas não há fórmulas
mágicas para fixar pessoas, tornando o interior sustentável sem
desvirtuar a sua identidade. A desvalorização da floresta é um
factor relevante a ter em conta neste debate, já que representava,
tradicionalmente, uma mais-valia e rendimento alternativo para
muitas famílias.
Criar condições para o aumento do
emprego está na primeira linha da intervenção do Município e um dos
caminhos passa pela dinamização de novos investimentos que
possibilitem a transformação e consumo dos produtos e subprodutos
resultantes da floresta. A investigação e conhecimento científico
são essenciais para se conseguir esta valorização da fileira
florestal e é inegável o contributo que o Instituto Politécnico de
Castelo Branco, parceiro da Associação Ciência Viva da Floresta,
tem dado neste campo.
A instalação do Centro Ciência Viva
da Floresta no concelho não é fruto do acaso, mas a consequência
natural de uma relação que é incontornável, apesar do declínio de
algumas actividades estruturantes num passado recente, como foi a
exploração da resina. Em Proença-a-Nova procuramos o futuro sem
esquecer o legado do passado e a importância da sustentabilidade
ambiental. Por isso valorizamos a floresta em todas as suas
vertentes, desde o sequestro de carbono à biodiversidade, passando
pelo papel que desempenha nos ecossistemas e na retenção de água no
solo.
No Centro Ciência Viva propõe-se
esse olhar agregador para a floresta e para todas as suas riquezas,
cuja preservação a todos deve comprometer.
João Paulo Catarino
Presidente da Câmara de Proença-a-Nova