Bocas do Galinheiro
E Bond, James Bond, voltou
James Bond,
ou melhor, 007 está de volta. Quatro anos depois, o maior agente
secreto de todos os tempos vive em "Skyfall", a sua 23ª aventura.
Desta vez a lealdade de Bond a M é posta em causa, quando esta é
assombrada pelo seu passado, o MI6 é atacado e 007 tem de encontrar
e destruir a ameaça, a qualquer custo. Depois de uma operação em
Istambul acabar desastrosamente, James Bond desaparece e as
identidades de todos os agentes do MI6 são reveladas na Internet,
enquanto M (Judi Dench) torna-se o alvo de uma investigação
governamental. Quando a própria agência MI6 é atacada, o regresso
de Bond dá a M uma oportunidade de apanhar Raoul Silva, o vilão
distintamente encarnado por Javier Bardem, um homem perigoso que
afirma ter uma ligação pessoal com os dois. Coisas do passado.
Produzido pelos estúdios MGM, Columbia Pictures e Sony Pictures
Entertainment, esta nova saga tem realização de Sam Mendes e
argumento original de John Logan, Neal Purvis e Robert Wade.Não há
aqui já nada da pena de Ian Fleming.
A estreia internacional, a 26 de
Outubro, coincide com o 50.º aniversário da série, que teve início
em 1962, com "007 - Agente Secreto", de Terence Young. Daniel Craig
está de volta como James Bond e, diga-se, foi este a maior
interregno entre dois filmes da série com o mesmo actor.
Em 1962, um quase desconhecido Sean
Connery dava corpo a um agente secreto, com licença para matar, em
"Dr. No", por cá "007 - Agente Secreto", com realização de Terence
Young, e dava assim início a esta saga que perdura há 50 anos. Além
da licença para matar, "ao serviço de Sua Majestade", o agente que
Ian Fleming descreveu como tendo "about six feet tal and somewhere
im his middle thirties. He has dark, rather cruel, good looks, and
very clear blue-grey eyes", tinha também carta-branca para engatar
todas as miúdas que entrassem no seu raio de acção. Neste filme
começou até muito bem, Ursula Andress, será a primeira de uma longa
e distinta lista de "Bond Girls", desde logo por causa daquela sua
aparição, a sair da água num bikini tão branco quanto invulgar
ver-se nas telas por aqueles tempos, o resto já se sabe como sempre
acaba, ou quase sempre. Connery voltaria ao papel em "From Russia
With Love" (1963), novamente com realização de Young, uma história,
mais uma, no auge da Guerra Fria em que o nosso agente vai ajudar
uma agente soviética a sair do seu país e ao mesmo tempo apanhar
uma máquina de descodificação de códigos. O óbvio. A linda
soviética é Daniela Bianchi e na agente má está a grande Lotta
Lenya. Segue-se-lhe "Goldfinger" (1964), um dos melhores filmes da
série, com o nosso homem a interpor-se num plano diabólico de
roubar a reserva de ouro americana. É neste filme que aparece pela
primeira vez o icónico Aston Martin DB 5, pleno de truques, carro
que reaparece "Thunderball" (1965), para além de outros, mas que
vimos agora em "Skyfall", não por acaso, mas porque nesta última
entrega há um misto de homenagem e de revisão de alguma matéria
dada em fitas anteriores. Mas, voltando ao escocês, reaparecerá
então em "Thunderball", "You Only Live Twice" (1967), de Lewis
Gilbert, onde marca novo encontro com a Spectre, "Diamonds Are
forever" (1971), de Guy Hamilton e num filme não oficial, "Never
Say Nener Again" (1983), de Irvin Kershner, com, entre outros, Kim
Basinger.
"Ao Serviço de Sua Magestade"
(1969), de Peter Hunt, marca a única passagem de George Lazenby
pela pele do afamado agente. O filme foi parcialmente realizado em
Portugal onde 007, pasme-se, casa, mas, para alívio da série e do
personagem, fica ainda viúvo nos 140 minutos de duração do filme. É
evidente que com um tal azar Lazenby seria substituído por Roger
Moore, actor já conhecido da série televisiva "O Santo", o que foi
meio caminho andado para que recuperasse a sendo de êxito que os
007 granjearam.
A sua estreia acontece com "Live
and Let Die" (1973), de Guy Hamilton, a que se segue "The Man With
The Golden Gun", (1974), de Guy Hamilton, onde enfrenta o até então
famoso pelos recentes papéis de Drácula, Christopher Lee, a que se
seguirão entre outros, "Moonraker" (1979), de Lewis Gilbert,
"Octopussy "(1983), de John Glen e "A View to a Kill" (1985), ainda
de Glen, de que se recorda a luta com Grace Jones na Torre Eiffel.
Também ele será substituído, no caso por Timothy Dalton que fará
dois filmes "The Living Daylights" (1987) e "Licence to Kill"
(1989), ambos de Glen, numa tentativa de regresso ao Bond clássico,
diga-se, a Connery.
Depois de seis anos sem Bond,
outros heróis por ai andaram, a saga regressa com Pierce e mais
quatro filmes ao bom estilo a que nos habituou este agente secreto.
De "Goldeneye) (1995), de Martin Campbell a "Die Another Day"
(2002) de Lee Tamahori, o grande sedutor voltou.
Em 2006 há novo Bond, Daniel Craig,
em Cassino Royale, que repete em 2008 em "Quantum of Solace", para
regressar agora, quando já não se estava a contar com ele, mas os
Brocolli, querem manter a chama viva. Vamos ver até quando.
Até à próxima e bons filmes!