IP Leiria e PSP
Estudar em segurança
O Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria) e a
Polícia de Segurança Pública (PSP) deixaram alguns conselhos de
segurança aos estudantes, numa sessão de esclarecimento e
sensibilização, realizada no seguimento da ocorrência registada
junto às residências no dia 7 de outubro, que envolveu uma
estudante do Instituto, e do clima de instabilidade que se
gerou.
A sessão foi conduzida por Nuno
Mangas, presidente do IP Leiria, Miguel Jerónimo, administrador dos
Serviços de Ação Social do IP Leiria, e Abel Batalha e Renato Neto,
ambos subcomissários da PSP. Nuno Mangas agradeceu a
disponibilidade que a PSP tem sempre mostrado, e destacou a «enorme
experiência dos responsáveis das forças policiais que se
disponibilizaram a vir aqui hoje, dar alguns conselhos, sugestões e
cuidados que todos vocês poderão e deverão ter no dia-a-dia».
Miguel Jerónimo acrescentou ainda que esta sessão «serve-nos a
todos, como cidadãos, é-nos importante sempre, apesar de vivermos
numa cidade tranquila».
Também Abel Batalha destacou este
facto, de Leiria ser uma cidade tranquila, mas mostrou-se, no
entanto, preocupado com a ocorrência recente e também com os
rumores e notícias que têm surgido sobre o assunto, que apenas
empolam uma situação que é «pontual, caso único». «Estas situações
fizeram os estudantes, as suas famílias, e mesmo a população de
Leiria em geral criar a imagem de que a cidade não é segura, o que
não se verifica». E alertou ainda que «o facto de não haver polícia
fardada não quer dizer que não ande cá a polícia. A segurança não
está em causa», reforçou.
Renato Neto deu a conhecer as
situações de insegurança mais comuns em Leiria, que «é uma cidade
tranquila, quase um oásis, que não se compara em nada com outras
cidades do país», afiançou. Na generalidade, as ocorrências mais
comuns em Leiria passam pelo furto em carros e a pessoas, que são
«crimes de oportunidade: deixar uma mala aberta, longe do nosso
campo de visão, arrumar objetos de valor, como computadores
portáteis, na bagageira do carro, quando chegamos ao destino e à
vista de todos, esquecer o telemóvel em cima do balcão enquanto
pagamos o café, etc.». São na generalidade situações resultantes de
um descuido ou distração.
Para evitar o roubo - que implica
algum grau de violência - e/ou minorar as suas consequências, o
subcomissário deixou várias recomendações: circular acompanhado,
especialmente se for tarde, em locais movimentados e iluminados,
com os objetos de valor junto ao corpo (por exemplo malas, que
andando penduradas ao ombro podem propiciar um roubo por esticão,
que pode deixar mazelas graves na vítima), e manter uma atitude
vigilante, por exemplo nos multibancos.
«No caso de se verem envolvidos
numa situação de roubo, se forem abordados, devem cooperar, ter as
mãos sempre visíveis, para não provocar uma reação inesperada por
parte do indivíduo que vos aborda, obedecer, manter a calma, evitar
contacto visual direto prolongado, não atacar nem defender, e
memorizar algumas características, elementos essenciais de
informação, como o sotaque, fisionomia, cicatrizes, tatuagens,
estatura, indumentária, tipo de arma, direção que tomam, se vão a
pé ou de carro, etc.», e, acima de tudo, alertar o mais rápido
possível a PSP, através do número 244 859 859, ou o 112.
O tempo aqui também é importante,
uma vez que são acionados desde logo uma série de procedimentos,
para, não só, chegar à vítima, encaminhá-la ou acompanhá-la e
recolher o seu testemunho, como para capturar o suspeito: «aquilo
que vocês vêm é um carro e dois agentes, mas está, se for preciso,
todo o distrito em alerta para chegar à pessoa em questão».
«80% das vezes em que se sentem
inseguros, com desconfiança ou desconforto, têm razão, e quando
assim é mais vale não arriscar e alertar logo», em situações como
julgar estar a ser seguido, por exemplo, «pequenos pormenores»: o
mais importante, sempre, é informar a polícia. No que toca à ação
preventiva da PSP, Renato Neto afiançou também aos estudantes e
funcionários do IP Leiria presentes, que existem equipas de agentes
nos locais frequentados por estudantes, ou à civil ou fardados,
«estamos presentes», assegurou.
Neto alertou ainda que o uso de
álcool ou drogas pode também propiciar situações de insegurança,
seja pela vítima, que fica mais vulnerável, seja pelo próprio
agressor, que sob o efeito destas substâncias, ou na sua privação,
pode ficar mais agressivo e reagir negativamente a qualquer gesto
da vítima.
Nuno Mangas e Abel Batalha
destacaram a importância do "passa a palavra" entre estudantes,
sendo que ficaram desde logo a contar com a colaboração da
Associação de Estudantes da ESECS para que os conselhos de
segurança fossem divulgados entre os pares. Abel Batalha reiterou a
necessidade de se falar com a polícia e se reportar eventuais
situações de perigo, uma vez que «rumores não chegam à polícia. As
preocupações dos estudantes e funcionários devem-nos chegar». O
responsável denotou ainda a importância de existir um forte
espírito colaborativo entre todas as entidades, PSP, IP Leiria,
Câmara Municipal e os próprios cidadãos, para que seja criado um
«espírito de segurança».