Universidade

Alunos de Medicina “tratam” simuladores
Os pacientes robôs

UBI1.jpgOs alunos de Medicina da Universidade da Beira Interior trabalham, desde o primeiro ano do curso, no Laboratório de Competências da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), onde treinam procedimentos clínicos em robôs que imitam o corpo humano. "Temos simuladores de todos os tipos. Do modelo completamente inerte até aos mais sofisticados, que recriam baixas tensões e alterações cardíacas ou respiratórias, entre outras. É possível treinar tudo", explica Miguel Castelo Branco, presidente da FCS, sublinhando a importância desta prática de ensino: "Dá uma experiência prévia que permite, mais tarde, o tratamento dos doentes com maior segurança".

O espaço apresenta semelhanças físicas com uma unidade de saúde, dividido em consultórios e equipado com instrumentos clínicos. Numa das salas, uma equipa tenta reanimar um paciente que sofre de complicações decorrentes de uma infecção generalizada. Mais tarde, o mesmo grupo assiste a um parto bem-sucedido. Estas são algumas das muitas situações com que os médicos se deparam no seu dia-a-dia, como o dar resposta a casos simples - como aplicar uma vacina -, mas também situações de morte súbita ou paragem cardíaca.

Ana Cruz, ainda no primeiro ano da Licenciatura em Medicina, tem poucos meses de curso, mas já passou pelo Laboratório para testar a resposta a algumas técnicas clínicas. Entende que este tipo de aprendizagem é o complemento ideal às salas de aula. "O corpo é palpável, não é algo teórico. Por isso, os simuladores ajudam-nos bastante", explica.

Ideia partilhada por Camila Pereira, no quarto ano de Medicina e mais rotinada na utilização dos simuladores. "Tivemos oportunidade de estar presentes em meio clínico e de usar práticas que já tínhamos treinado no Laboratório", refere a aluna, que acrescenta: "Foi mais fácil lidar com o doente porque sabíamos como fazer os procedimentos em vez de seguir apenas o protocolo".

O recurso ao Laboratório de Competência, segundo Miguel Castelo Branco, vai ampliar-se a um tipo de exercício mais próximo do real, abrangendo várias áreas profissionais ligadas à saúde. "Pensamos introduzir, ainda este ano, o ensino multiprofissional, que implica juntarmos à volta de um caso clínico estudantes de várias áreas. No terreno terão de trabalhar em conjunto, daí que seja importante treinarem desde já essa convivência", salienta.

Rodolfo Pinto Silva
 
 
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