Ainda a colocação de docentes
Comissão tem 90 dias para avaliar danos
A comissão
que o ministro da Educação anunciou no parlamento, para avaliar
eventuais compensações a docentes lesados pelos erros na Bolsa de
Contratação de Escola, tem 90 dias úteis para apresentar um
relatório, segundo resolução publicada dia 3 de novembro.
A comissão, presidida pelo juiz
conselheiro jubilado José Vítor Soreto de Barros, deverá
determinar, mediante requerimento dos docentes lesados, "o
pagamento de danos comprovadamente causados pela retificação das
listas de colocação e consequente anulação das colocações", no
âmbito da Bolsa de Contratação de Escola (BCE), lê-se na resolução
do Conselho de Ministros publicada em Diário da República.
A comissão, que integra
representantes dos ministérios das Finanças e da Educação, vai
acompanhar "o procedimento necessário a apurar os factos" a
considerar para efeitos de compensação.
O ministro da Educação e Ciência,
Nuno Crato, revelou este mês, no parlamento, que o Governo pedira
ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) para designar um
representante para uma comissão avaliar junto das partes eventuais
compensações a professores lesados com erros nas colocações.
Foi a resposta de Nuno Crato à
oposição parlamentar, que reclamou indemnizações para os
professores lesados com contratações anuladas.
O ministro justificou, na ocasião,
que o objetivo é resolver problemas "de uma forma célere", depois
de a oposição ter relatado casos de professores que se deslocaram
para outras localidades, onde pagaram rendas de casa adiantadas e
viagens, para depois ficarem com a colocação anulada.
No texto publicado, fica
estabelecido que a comissão terá também "duas personalidades
independentes que representem os interesses lesados", designadas
pelo ministro da Educação.
Fica determinado que o valor das
compensações devidas aos docentes é suportado pelo orçamento do
Ministério da Educação e Ciência.
A BCE destinou-se a colocar
professores nas escolas com autonomia ou classificadas como
Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP) e nas
escolas portuguesas no estrangeiro.
"Mostrou-se necessário retificar as
listas de colocação dos docentes na sequência da correção da
transposição da fórmula prevista na lei para o algoritmo
informático", lê-se no diploma.
Assim, é constituída uma comissão
de acompanhamento que "funciona no Ministério da Educação" e, com
base nos pedidos dos docentes, irá "verificar os elementos
probatórios que sustentam o alegado direito".
Com base nesses elementos e após
audição individual dos docentes lesados", a comissão irá "proceder
à quantificação daquela compensação, por forma a viabilizar acordos
extrajudiciais", segundo a resolução.