Pela Câmara da Covilhã
UBI e Sócrates distinguidos
O papel dinamizador nos campos
científico e económico da Universidade da Beira Interior (UBI) foi
este ano reconhecido pela Câmara da Covilhã, com a entrega da
Medalha de Mérito Municipal - Categoria Ouro à instituição, no
decorrer das comemorações do 144º
aniversário de elevação da Covilhã a cidade.
"A Universidade da Beira Interior -
através das suas várias faculdades, serviços e centros de
investigação e com um corpo docente altamente qualificado - é hoje
um dos motores de desenvolvimento mais pujantes e vitais da nossa
cidade", justificou o presidente da autarquia, Vítor Pereira.
"Todos os anos, através delas recebemos milhares de alunos de todo
o país e de todo o mundo", acrescentou. A dinamização de parte
significativa da economia, a produção científica, de inovação, de
criação, de cultura e de vanguardismo, que "coloca a Covilhã num
nível de prestígio internacional", foram outros motivos avançados
pelo autarca.
O reconhecimento deixou o reitor António
Fidalgo satisfeito e lembrou que a história da cidade está presente
na própria instituição. "Nós ainda hoje continuamos a falar do Polo
IV como sendo o Ernesto Cruz, uma fábrica, continuamos a falar das
nossas faculdades como sendo as antigas fábricas, e o que é facto é
que a Covilhã fabril renasceu, mas uma parte substancial foi
convertida em faculdades. E, neste momento, nós temos aqui um
verdadeiro renascimento da Covilhã, transformando uma cidade
industrial, numa cidade universitária", defendeu o reitor,
manifestando a intenção de continuar a colaborar com a região.
Ainda que indiretamente, a UBI
acabou por estar envolvida no principal tributo da tarde, com a
entrega das chaves da cidade ao ex-Primeiro-Ministro, José
Sócrates. A Faculdade de Ciências da Saúde é tida como investimento
que teve o seu apoio, e é um dos exemplos avançados por Vítor
Pereira da influência do antigo chefe de Governo na cidade e na
região, acrescentando à lista a autoestrada A23, Programa Polis,
eletrificação da linha da Beira Baixa, recuperação do antigo
Sanatório.
"Como seria hoje a nossa
agricultura sem o Regadio da Cova da Beira? Como seria hoje a
Covilhã e a região sem o gás natural, que apenas estava programado
para a faixa litoral do país", questionou Vítor Pereira, ao listar
os empreendimentos que não resultaram todos da decisão de José
Sócrates, mas que foram decididos por governos que integrou.
Já o ex-líder socialista reconheceu
que ainda tem dívidas para com a Covilhã, que espera saldar
brevemente, com uma série de escritos. Na cidade recorda o local
onde o pai "foi feliz", mas também os valores que adquiriu. "Foi-me
oferecido viver num local que era no Interior do país o mais
industrial. Portanto, onde a divisão entre classes era mais visível
e mais agressiva até. Aqui não havia igualdade de oportunidades.
Aqui não havia escola para todos. Aqui não havia acesso à saúde
para todos. Foi por isso que, de forma instintiva e natural, a
valorização da igualdade fez de mim aquilo que sou: um socialista",
concluiu.
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